123sentido de nossa vida sem pensar, ao mesmo tempo, em quem somos ou queremosser‖ (LA TAILLE, 2009, p. 21). O autor refere-se à busca de nossa identidade, umabusca de si. Sem essa, não é possível pensar no sentido de nossa vida.Diante das muitas possibilidades que se apresentam para um projeto de vida, orumo, segundo La Taille, é dado pela afetividade. Ou seja, o investimento afetivoequivale a estabelecer valores, porque o autor defende a ideia de que, ―[...] acognição nos permite conceber o mundo, a afetividade permite nos interessarmospor ele‖ (2009, p. 38). Ou, ainda, a inteligência permite compreender e elegercritérios, mas, mesmo assim, a razão precisa dar uma direção diante de muitasopções que se apresentam. As escolhas se dão a partir dos valores queestabelecemos para as coisas, projetos e pessoas.O psicólogo enfatiza a necessidade da ―busca de si‖, da identidade para darsignificado e sentido à vida. Diante da busca ao atendimento das necessidadesbásicas de sobrevivência, pouco tempo temos nos permitido para pensar numprojeto de vida, no que é bom para nós ou no que é ruim. Da mesma forma, sobre oque nos faz bem e o que não é importante. Seguindo o pensamento de La Taille,trabalhar no plano ético é ocupar-se por ―avaliações pessoais a respeito de se estarvivendo ou não uma ―vida boa‖ (2006, p. 37). Não simplesmente seguir uma direçãoque se apresenta sem saber se é o que realmente desejamos.Também, não podemos deixar de considerar que a ―vida boa‖, a felicidade paramuitos de nossos alunos e para nós mesmos, possa estar dissociada de referênciasà moral, conforme nos alerta La Taille.A felicidade para muitos está associada ao dinheiro, poder, paixões, sexo,sucesso, possuir e usar o tênis da moda, em ser visto como o ―traficante maisrespeitado‖, em ser o líder de um grupo, enfim, são muitas as possibilidades a seremencontradas. Podemos encontrar mais valores de consumo que propriamentevalores morais. Nem sempre os valores morais como a justiça, veracidade,honestidade, generosidade dignidade, entre outros, ocupa o lugar central em nossasvidas.Se a ―vida boa‖ e a ―felicidade‖ estiverem associadas às ―decorrências decondições objetivas, mensuráveis‖, certamente pensaremos que não é possívelencontrar a felicidade. Mas, se estabelecermos relação com ―experiênciassubjetivas‖ e ―estados internos‖, apesar das muitas experiências negativas de vida
124pelas quais os adolescentes, jovens e adultos já passaram, não podemos pensarque a felicidade desses não é possível. Se assim fosse, não teríamos nenhumafunção na ação educativa, a não ser que nossos projetos estejam voltados apenaspara a formação de habilidades e competências ou para servir o mercado detrabalho e a sociedade de consumo que hoje se apresenta.Parece-nos óbvio que não podemos desconsiderar as dimensões técnicas daeducação. Esse é um dos aspectos a ponderar, porque não interessa só a formaçãode ―bons profissionais‖, de ―preparar para o exercício competente de determinadaocupação‖, mas, sim, de cidadãos que sejam capazes de responder ―que vida queroviver‖? ―Para além do mundo do consumo e do mundo material‖.Acompanhando as ideias de La Taille e Ricoeur, citados acima, com os quaisestamos de acordo, a vida boa transcende os prazeres do corpo e da alma, pois aperspectiva de vida boa é de um todo que faz sentido e não aqueles que se dilatamcom o tempo. É a dimensão do ser que La Taille aqui destaca: ―[...] o sentido da vidaé o mais urgente dos temas humanos, pois, sem ele, não se vive‖ (2006, p.43). Ouseja, saber a razão para se viver.Pensar sobre o sentido da vida será uma invenção do terceiro milênio? Oupodemos afirmar que trabalhar em educação a respeito do sentido da vida é aredescoberta do autêntico propósito da educação como acontece desde a Paideiagrega? De acordo com Jaeger (1986), a criação autêntica do SER como expressãode uma humanidade viva era a mais valiosa obra de arte da Paideia grega.A busca da ―felicidade‖, ―vida boa‖ é um ideal que acompanha a humanidade.Os filósofos buscam compreender e encontrar respostas ao assunto. ParaAristóteles (384-322 a.C.), não seria o mero conhecimento do bem que poderiadirigir a ação justa. Para ele, tanto na política quanto na educação, o objetivo finalera a virtude entendida como uma prática que precisa se tornar um hábito para viverbem e apreciar as coisas boas da vida.O tema é recorrente desde a Paideia grega, mas, na contemporaneidade, temuma tendência a não se unir com a questão de deveres, com a moral. A educaçãomoral parece se tornar algo pejorativo. Por outro lado, os problemas com que nosdefrontamos são morais. A família não consegue realizar a educação moral. AIgreja, que por muito tempo foi grande referência, perde gradualmente suainfluência. A escola não quer ou não consegue assumir como sua função.
- Page 1 and 2:
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDU
- Page 3 and 4:
Eliane Maria Loebens SchmidtÉTICA
- Page 5 and 6:
4AGRADECIMENTOSAgradeço a cada pes
- Page 7 and 8:
6RESUMENEl presente estudio sobre e
- Page 9 and 10:
8SUMÁRIO1 INTRODUÇÃO............
- Page 11 and 12:
101 INTRODUÇÃOEsta dissertação
- Page 13 and 14:
12As experiências e conhecimentos
- Page 15 and 16:
14transformados pela história. No
- Page 17 and 18:
16forma, esquecem da capacidade e d
- Page 19 and 20:
18cada professor trabalha com os pr
- Page 21 and 22:
20Se não acreditarmos que o educan
- Page 23 and 24:
22Encontramos nas concepções de L
- Page 25 and 26:
24para essa modalidade de educaçã
- Page 27 and 28:
26consciência do mesmo em dilemas
- Page 29 and 30:
28trabalho que trata sobre a moral
- Page 31 and 32:
30para outros estudos que realizare
- Page 33 and 34:
32apenas o trabalho da reinterpreta
- Page 35 and 36:
34Diante dessa proposta, entendemos
- Page 37 and 38:
36Situação escolar citada por La
- Page 39 and 40:
383 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTO
- Page 41 and 42:
40caracteriza o capitalismo comerci
- Page 43 and 44:
42dominantes e conservar a ideologi
- Page 45 and 46:
44polêmica, recebendo críticas po
- Page 47 and 48:
46segundo Brandão, ―com a indust
- Page 49 and 50:
48adultos. A orientação era rural
- Page 51 and 52:
50Pode-se dizer que a moral e a ét
- Page 53 and 54:
52concepção crítica, mas para a
- Page 55 and 56:
54se deu a partir das discussões d
- Page 57 and 58:
56Da mesma forma, é necessário co
- Page 59 and 60:
58Fóruns Regionais, Estaduais e Na
- Page 61 and 62:
60existem lacunas nas ações gover
- Page 63 and 64:
62Após LDBN de 1996, ocorreram ava
- Page 65 and 66:
64exercer sua plena cidadania. De a
- Page 67 and 68:
66nossa inserção na história nã
- Page 69 and 70:
68A oferta que acontece nos três t
- Page 71 and 72:
70certeza, tem sido o nosso lema, p
- Page 73 and 74: 72não conseguem se inserir no merc
- Page 75 and 76: 74inconformidade, esse trabalho nã
- Page 77 and 78: 76metade da população do País er
- Page 79 and 80: 78Para sair da condição de oprimi
- Page 81 and 82: 80polêmico, não pretende esclarec
- Page 83 and 84: 82exercício para compreender os de
- Page 85 and 86: 84Assim, também a defesa de Freire
- Page 87 and 88: 86experiências anteriores. Ao fala
- Page 89 and 90: 88A preocupação a que Freire nos
- Page 91 and 92: 905 AS CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDOS
- Page 93 and 94: 92Todavia, pontos negativos também
- Page 95 and 96: 94assegurada, entre outras), porque
- Page 97 and 98: 96A partir dessa compensação, o t
- Page 99 and 100: 98diferenciados em nossas vidas. N
- Page 101 and 102: 100Mostra-nos o autor, que a hetero
- Page 103 and 104: 102Da mesma forma, não são raras
- Page 105 and 106: 104respondem que se conheceram onte
- Page 107 and 108: 1065.1.4 Mal-estar moral da contemp
- Page 109 and 110: 108No final do dia verificaram que
- Page 111 and 112: 110tipo de conhecimento não é atr
- Page 113 and 114: 112Invertem-se posições. Quem des
- Page 115 and 116: 114La Taille utiliza-se de quatro t
- Page 117 and 118: 116mostram um ser humano heterônom
- Page 119 and 120: 118se a essa questão, o fato de qu
- Page 121 and 122: 120Se a pessoa sente indignação d
- Page 123: 122como representante da humanidade
- Page 127 and 128: 126obrigatoriedade. Para a moral ve
- Page 129 and 130: 128três conceitos, pois todos eles
- Page 131 and 132: 130enquanto para algumas a felicida
- Page 133 and 134: 132A defesa de La Taille sobre o co
- Page 135 and 136: 134simpatia por aquilo que julgamos
- Page 137 and 138: 136Ou seja, nossa postura é de com
- Page 139 and 140: 138inferioridade que os alunos traz
- Page 141 and 142: 140Esse conhecimento e estudos têm
- Page 143 and 144: 142que não podemos esperar uma cla
- Page 145 and 146: 1446.2 Como os alunos se veem na EJ
- Page 147 and 148: 146Vim de família humilde, passei
- Page 149 and 150: 148aprendizagem e transição. Hoje
- Page 151 and 152: 150ambiente educacional. Nos fala d
- Page 153 and 154: 152dotado de capacidade que lhe per
- Page 155 and 156: 154SENSIBILIDADEMORALJUSTIÇAe pela
- Page 157 and 158: 156DIÁLOGOnecessitamos em primeiro
- Page 159 and 160: 158verdade, somos passíveis de faz
- Page 161 and 162: 160O autor entende que diminuímos
- Page 163 and 164: 162um dos instrumentos de nossa pes
- Page 165 and 166: 164TAILLE et al., 2009, p. 17). Os
- Page 167 and 168: 166Assim, também temos La Taille c
- Page 169 and 170: 168Comungamos da ideia (sentimento)
- Page 171 and 172: 170também, não há atividade inte
- Page 173 and 174: 172participar e se conscientizar. A
- Page 175 and 176:
1747- Eu e minha esposa estávamos
- Page 177 and 178:
176a que se refere o autor é da av
- Page 179 and 180:
178claro que a sua falta se faz sen
- Page 181 and 182:
180para as pautas o real significad
- Page 183 and 184:
182intermédio das quais fala de va
- Page 185 and 186:
184educação. Além do espaço que
- Page 187 and 188:
186A reflexão de Freire é muito e
- Page 189 and 190:
188autor entende que a indignação
- Page 191 and 192:
190podem ajudar as novas gerações
- Page 193 and 194:
192das pessoas para que possam valo
- Page 195 and 196:
194justiça e paz, como as geraçõ
- Page 197 and 198:
196permitem aos alunos pensarem sob
- Page 199 and 200:
198educar moralmente. É a partir d
- Page 201 and 202:
200explicitadas. Mas, partindo das
- Page 203 and 204:
202_____. Princípio esperança (19
- Page 205 and 206:
204_____. Educação e Mudança. Tr
- Page 207 and 208:
206SANTANA, A. L. S. Zygmunt Bauman
- Page 209 and 210:
208atendesse de melhor forma os alu
- Page 211 and 212:
210Moderna e Educação Artística.
- Page 213 and 214:
212O calendário é fixado anualmen
- Page 215 and 216:
214Os demais 380 alunos estão matr
- Page 217 and 218:
216ANEXO III - Parte do Regimento d
- Page 219:
218SEÇÃO IVOBJETIVOS DO ENSINO FU