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Livro_do PAt arquivo íntegra para site (1)

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Experiências internacionais em programas de alimentação <strong>para</strong> trabalha<strong>do</strong>res 119<br />

de trabalha<strong>do</strong>res eram beneficiários <strong>do</strong> sistema de voucher. De 2007 <strong>para</strong> 2010, o crescimento<br />

foi expressivo, chegan<strong>do</strong> a 16% (HALLOY, 2012).<br />

Uma diferença interessante no programa da Bélgica com<strong>para</strong><strong>do</strong> com os já apresenta<strong>do</strong>s<br />

é que os vouchers-refeição são aceitos em supermerca<strong>do</strong>s na compra de alimentos.<br />

Entretanto, não são to<strong>do</strong>s os supermerca<strong>do</strong>s ou merca<strong>do</strong>s alimentícios que os aceitam. A<br />

política de aceitação desses <strong>do</strong>cumentos depende de uma parceria das empresas administra<strong>do</strong>ras<br />

de vouchers com os supermerca<strong>do</strong>s. A compra de produtos não alimentícios não<br />

é permitida. Entende-se que o emprega<strong>do</strong> pode utilizar-se <strong>do</strong>s valores <strong>do</strong>s vouchers <strong>para</strong><br />

comprar alimentos e prepará-los em casa. Dessa forma, pode-se considerar que o voucher<br />

é de refeição e de alimentação. Aproximadamente 20% <strong>do</strong>s vouchers são utiliza<strong>do</strong>s <strong>para</strong><br />

refeição durante a jornada de trabalho. Estimativas com da<strong>do</strong>s de 2015 apresentam que<br />

cerca de 2 milhões de emprega<strong>do</strong>s recebam vouchers refeição/alimentação, o que corresponde<br />

a um montante de faturamento da ordem de A 3.4 bilhões anuais.<br />

De acor<strong>do</strong> com Halloy (2012), o sistema de vouchers na Bélgica traz diversos impactos<br />

econômicos ao país. Do la<strong>do</strong> positivo, o estu<strong>do</strong> mostra a criação de novas empresas<br />

e valores que são acrescenta<strong>do</strong>s à economia local. Observa-se que o voucher possui um<br />

efeito multiplica<strong>do</strong>r direto e indireto em vários setores de atividade. Entretanto, esse efeito<br />

positivo não tem total aproveitamento, haja vista a ocorrência <strong>do</strong> chama<strong>do</strong> “comportamento<br />

poupança”. Este ocorre quan<strong>do</strong> o consumi<strong>do</strong>r passa a guardar uma parcela maior<br />

de seus rendimentos, pois com o voucher ele consegue poupar parte maior de seu salário.<br />

Esse comportamento de substituição orçamentária e de poupança faz com que parte da<br />

receita não volte <strong>para</strong> a economia, não circulan<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong>. O estu<strong>do</strong> considera esse<br />

“comportamento poupança” como um efeito indesejável causa<strong>do</strong> pelos vouchers. Essa<br />

economia pode se dar ainda nos próprios vouchers, fazen<strong>do</strong> com que o valor de um mês<br />

acabe sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> em outro perío<strong>do</strong>. Tal comportamento reduz o impacto <strong>do</strong> controle<br />

<strong>do</strong>s vouchers em relação à alimentação diária <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r e ainda diminui o impacto<br />

econômico líqui<strong>do</strong> <strong>do</strong>s comerciantes. De qualquer maneira, não se pode negar que eles<br />

fortalecem e aumentam a economia <strong>do</strong> país, seja no aumento de vagas de trabalho, seja<br />

em produtividade (HALLOY, 2012).<br />

Na Bélgica, um perío<strong>do</strong> de almoço é defini<strong>do</strong> como um intervalo de tempo com<br />

status nonpay e nonwork, em que se interrompe uma jornada de trabalho de base ou de<br />

um perío<strong>do</strong> de trabalho extraordinário com a finalidade de permitir que os funcionários<br />

possam comer ou se envolver em atividades pessoais particulares e permitidas pela empresa.<br />

Segun<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> Barometers (2014), realiza<strong>do</strong> com quase mil trabalha<strong>do</strong>res belgas,<br />

71,2% deles afirmaram realizar a pausa <strong>para</strong> refeição diariamente e apenas 5% comentaram<br />

ter pouco tempo ou quase nenhum tempo <strong>para</strong> fazer as refeições. Quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong>s<br />

sobre onde realizavam suas refeições, quase 50% deles confirmaram realizá-las<br />

nos refeitórios das empresas, 32,6% disseram se alimentar no local de trabalho, 7,2%<br />

voltavam <strong>para</strong> casa, 6,2% preferiam lanchar em parques ou em locais próximos ao ambiente<br />

de trabalho e apenas 2,6% em restaurantes. Embora apenas 2,6% <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>s<br />

afirmassem sair <strong>para</strong> almoçar em restaurantes, cafés ou fast foods, observou-se que 92,7%

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