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Programas de alimentação <strong>para</strong> trabalha<strong>do</strong>res e seus impactos socioeconômicos 89<br />

emergin<strong>do</strong> como grande epidemia. A epidemia de obesidade, com as suas comorbidades,<br />

como <strong>do</strong>enças coronárias, hipertensão, infartos e diabetes, não era mais um problema<br />

limita<strong>do</strong> a países industriais. No início deste milênio, a Organização Mundial da Saúde<br />

já alertava <strong>para</strong> a gravidade desses problemas (OMS, 2000a). O aumento da incidência de<br />

obesidade em países em desenvolvimento era um fato e vinha sen<strong>do</strong> veri fica<strong>do</strong> em países<br />

diversos como Índia, México, Nigéria e Tunísia, indican<strong>do</strong> que era um problema crescente<br />

nesses países, alia<strong>do</strong> também à questão da inatividade física.<br />

De acor<strong>do</strong> com o relatório de 2015 da OMS, denomina<strong>do</strong> Health in 2015: from<br />

MDGs, Millennium Development Goals to SDGs, Sustainable Development Goals, as<br />

crianças com retar<strong>do</strong> no crescimento podem enfrentar uma vida inteira de dificuldades,<br />

como habi lidades cognitivas reduzidas, com forte impacto <strong>para</strong> os salários e a produtividade<br />

na vida adulta. O estu<strong>do</strong> estima que 45% <strong>do</strong>s óbitos entre crianças e 80% das mortes<br />

entre recém-nasci<strong>do</strong>s ocorrem entre bebês que apresentam baixo peso ao nascer. A má<br />

nu trição também é relevante entre idades mais altas, que, com a anemia, contribui como<br />

causa de 20% das mortes maternas (OMS, 2015).<br />

O relatório mostra que mortes entre gestantes, crianças e a<strong>do</strong>lescentes representam<br />

mais de um terço das mortes prematuras globais, destacan<strong>do</strong> o fato de que estas mortes<br />

são em grande parte evitáveis. As taxas de mortalidade materna são dezenove vezes<br />

maiores em países em desenvolvimento <strong>do</strong> que entre os países desenvolvi<strong>do</strong>s, enquanto as<br />

crianças nos países em desenvolvimento apresentam chance oito vezes maior de morrerem<br />

antes de alcançar os cinco anos de idade (OMS, 2015).<br />

Houve significativo avanço na era <strong>do</strong>s “Objetivos de Desenvolvimento <strong>para</strong> o Milênio”<br />

<strong>para</strong> intervenções-chave nas áreas de saúde materna e infantil e contra <strong>do</strong>enças infecciosas.<br />

A lacuna existente entre ricos e pobres nessas áreas da saúde foi reduzida na maioria <strong>do</strong>s<br />

países, e o gasto governamental per capita com saúde cresceu aproximadamente 40% em<br />

termos reais entre 2000 e 2013 (OMS, 2015).<br />

De acor<strong>do</strong> com o relatório da FAO The State of Food Insecurity in the World, de<br />

2015, cerca de 795 milhões de pessoas permanecem subnutridas globalmente (10,9% da<br />

população mundial), uma redução de 167 milhões ao longo da última década e 216 milhões<br />

a menos que o perío<strong>do</strong> entre 1990 e 1992. Essa redução foi mais acentuada nas regiões<br />

em desenvolvimento, como o Brasil, apesar <strong>do</strong> significativo crescimento populacional.<br />

Nos últimos anos, os avanços vêm sen<strong>do</strong> prejudica<strong>do</strong>s pela crise econômica mundial, que<br />

reduziu o ritmo e a característica inclusiva <strong>do</strong> crescimento econômico, e pela instabilidade<br />

política em algumas regiões. Nas regiões em desenvolvimento, entre 1990/1992 e 2015,<br />

houve uma redução de 23,3% <strong>para</strong> 12,9% na participação de subnutri<strong>do</strong>s no total da<br />

população (FAO, 2015).<br />

Apesar <strong>do</strong>s avanços, os objetivos <strong>do</strong> milênio estipula<strong>do</strong>s <strong>para</strong> a redução da mortalidade<br />

infantil e <strong>para</strong> a melhoria da saúde materna não foram integralmente alcança<strong>do</strong>s,<br />

enquanto a fome permanece como um problema relevante <strong>para</strong> o mun<strong>do</strong>. O retar<strong>do</strong> no<br />

crescimento e a subnutrição permanecem como causas importantes de preocupação. Estima-se<br />

que, em 2015, 5,9 milhões de crianças morreram antes de completar cinco anos de

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