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Livro_do PAt arquivo íntegra para site (1)

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Modelos de simulação de impactos socioeconômicos <strong>do</strong> PAT 237<br />

Figura 7.30 – Arrecadação de tributos e renúncia fiscal: simulação <strong>para</strong> a substituição de<br />

vouchers por dinheiro<br />

Eliminação <strong>do</strong> incentivo fiscal<br />

Nessa simulação, a<strong>do</strong>ta-se o cenário extremo de eliminação <strong>do</strong> incentivo fiscal a partir<br />

de 2020. Assume-se que apenas 60% <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res beneficia<strong>do</strong>s pelo programa continuarão<br />

a receber vouchers <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>res e que essa transição ocorra em três anos, que é<br />

um intervalo de tempo suficiente <strong>para</strong> as empresas reavaliarem a atratividade <strong>do</strong> programa.<br />

Aqui é possível esperar também um efeito manada: na medida em que as empresas percebem<br />

que outras empresas estão aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> o programa, elas tendem a a<strong>do</strong>tar o mesmo<br />

comportamento. Tanto nessa simulação como na próxima (cobrança de contribuição previdenciária<br />

pelo benefício), há um percentual razoável de empresas deixan<strong>do</strong> o programa.<br />

Como visto na Figura 7.28, a maior parte da carga <strong>do</strong>s custos da oferta <strong>do</strong> benefício é<br />

suportada pelas empresas. Sem o fator atrativo representa<strong>do</strong> tanto pelo benefício fiscal<br />

quanto pela ausência de cobrança de contribuição previdenciária, é bastante improvável<br />

que boa parte delas continue oferecen<strong>do</strong> o benefício a seus trabalha<strong>do</strong>res.<br />

Nesse cenário, observa-se um resulta<strong>do</strong> similar ao da substituição de vouchers por<br />

dinheiro. O risco associa<strong>do</strong> a uma intervenção como essa é o de que o aban<strong>do</strong>no das empresas<br />

seja bem maior <strong>do</strong> que o simula<strong>do</strong>, trazen<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> oposto ao pretendi<strong>do</strong>, isto é,<br />

uma perda de arrecadação considerável. Por exemplo, em um cenário mais extremo, em<br />

que apenas 5% <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res potenciais continuem no programa, cerca de R$ 320<br />

bilhões em receitas tributárias seriam perdi<strong>do</strong>s na próxima década e a arrecadação líquida<br />

se tornaria meramente residual. O que acontece, na prática, é que to<strong>do</strong> o círculo virtuoso<br />

<strong>do</strong> programa pode ser desmonta<strong>do</strong>: empregos são perdi<strong>do</strong>s ou deixam de ser gera<strong>do</strong>s,<br />

restaurantes deixam de ser constituí<strong>do</strong>s ou passam a operar muito abaixo da capacidade

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