21.07.2022 Views

Livro_do PAt arquivo íntegra para site (1)

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Modelos de simulação de impactos socioeconômicos <strong>do</strong> PAT 223<br />

de 14,7% de acidentes totais registra<strong>do</strong>s por número de trabalha<strong>do</strong>res formais, segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> MTE. Essa com<strong>para</strong>ção permite aquilatar o efeito conjunto <strong>do</strong>s diversos fatores que explicam<br />

a queda no percentual de acidentes de trabalho: esforços de prevenção das empresas,<br />

maior nível educacional <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res, processos de trabalho e equipamentos mais modernos<br />

e seguros e, claro, alimentação de melhor qualidade.<br />

As estimativas de economia <strong>para</strong> as empresas e o governo são conserva<strong>do</strong>ras. Por<br />

parcimônia, o modelo não leva em conta a economia <strong>para</strong> as famílias e os gastos com o<br />

Sistema Único de Saúde (SUS). Segun<strong>do</strong> o professor José Pastore, especialista em economia<br />

<strong>do</strong> trabalho, <strong>para</strong> cada R$ 1 em custos segura<strong>do</strong>s incorri<strong>do</strong>s por uma empresa (isto é, os<br />

gastos <strong>para</strong> se fazer seguro de acidentes de trabalho), existem outros R$ 6 não segura<strong>do</strong>s,<br />

que incluem as despesas incorridas pela empresa em decorrência <strong>do</strong>s acidentes (perda de<br />

máquinas, exposição negativa na mídia, interrupção da produção etc.), os gastos com<br />

Previdência Social, SUS e custos judiciários e, por fim, a redução de renda das famílias.<br />

Esses custos adicionais são frequentemente ignora<strong>do</strong>s. Pastore calcula que equivalem a 9%<br />

da folha salarial anual <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res formais no Brasil (CONJUR, 2011). A pesquisa<strong>do</strong>ra<br />

Vilma Santana e seus colegas, por sua vez, estudan<strong>do</strong> uma amostra de benefícios concedi<strong>do</strong>s<br />

pelo INSS no esta<strong>do</strong> da Bahia no ano de 2000, concluiu que 7,3% <strong>do</strong>s valores<br />

concedi<strong>do</strong>s se referiam a acidentes de trabalho, que correspondem a ocorrências de gravidade<br />

diversa, conforme a Figura 7.15 (SANTANA et al., 2006). Outras estimativas encontradas<br />

na literatura (por exemplo, FRANCO-BENATTI, 2011) apontam uma conclusão<br />

inequívoca: os custos sociais <strong>do</strong>s acidentes de trabalho, ainda hoje, são bastante significativos<br />

e relevantes. Desse mo<strong>do</strong>, os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> modelo devem ser considera<strong>do</strong>s uma estimativa<br />

bastante conserva<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s efeitos <strong>do</strong> PAT sobre as variáveis selecionadas.<br />

Figura 7.15 – Desfechos de acidentes de trabalho e tipos de benefício da Previdência Social<br />

no Brasil<br />

Fonte: Santana et al. (2006).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!