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Programas de alimentação <strong>para</strong> trabalha<strong>do</strong>res e seus impactos socioeconômicos 91<br />

NUTRIÇÃO E ATIVIDADES DO TRABALHADOR<br />

Segun<strong>do</strong> a OIT (2015c), a nutrição adequada tem um impacto positivo na saúde<br />

e na segurança ocupacional. Os efeitos tanto da subnutrição quanto da obesidade são<br />

prejudiciais a uma força de trabalho forte e bem-capacitada. A forma com a qual um<br />

trabalha<strong>do</strong>r se alimenta influencia a sua saúde e a sua produtividade e, portanto, é <strong>do</strong> interesse<br />

de to<strong>do</strong>s os stakeholders (trabalha<strong>do</strong>res, emprega<strong>do</strong>res, associações/sindicatos e<br />

governo), em to<strong>do</strong>s os lugares <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, contribuir cada um com a sua capacidade <strong>para</strong><br />

que os trabalha<strong>do</strong>res possam contar com mecanismos que possibilitem uma boa nutrição<br />

e uma dieta saudável no trabalho.<br />

Existe relação direta entre o esta<strong>do</strong> nutricional e o rendimento <strong>do</strong> trabalho físico e<br />

mental. Uma das primeiras manifestações da desnutrição é a redução da capacidade de<br />

trabalho. O organismo subnutri<strong>do</strong> compensa o déficit energético diminuin<strong>do</strong> o ritmo<br />

de atividade física, poupan<strong>do</strong> o trabalho muscular e eliminan<strong>do</strong> esforços que não os<br />

estritamente necessários. A subnutrição também é causa de indisposição generalizada e<br />

permanente. Como resulta<strong>do</strong>, tem-se baixa produtividade, absenteísmo e eleva<strong>do</strong> índice<br />

de licenças médicas. Ela influencia diretamente o potencial de gerar renda <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r<br />

e <strong>do</strong> país (MOURA, 1993).<br />

Estu<strong>do</strong>s apontam que a deficiência de ferro é responsável por uma perda de 5% em<br />

produtividade em trabalhos fabris leves e uma perda de 17% <strong>para</strong> trabalhos manuais<br />

pesa<strong>do</strong>s (ROSS; HORTON, 1998). Na Ásia, adultos moderadamente debilita<strong>do</strong>s devi<strong>do</strong> a<br />

deficiências de micronutrientes na infância são de 2% a 6% menos eficientes, enquanto<br />

os severamente debilita<strong>do</strong>s são de 2% a 9% menos produtivos (HORTON, 1999).<br />

Segun<strong>do</strong> a OIT (2015c), a deficiência de ferro é um importante fator na restrição<br />

<strong>do</strong> crescimento e <strong>do</strong>s níveis gerais de saúde em comunidades pobres em diversas economias<br />

ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. A deficiência de ferro resulta em fadiga extrema <strong>para</strong> 740<br />

milhões de adultos em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, afetan<strong>do</strong> a sua capacidade de trabalhar de mo<strong>do</strong><br />

efetivo. Por outro la<strong>do</strong>, em diversos locais se observa um fenômeno de excesso no consumo<br />

de açúcar e gordura, resultan<strong>do</strong> em uma epidemia de obesidade. Nos Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s da América, 39,2 milhões de dias de trabalho por ano são perdi<strong>do</strong>s em decorrência<br />

de <strong>do</strong>enças derivadas da obesidade. A situação mais grave é observada em países que<br />

estão passan<strong>do</strong> pelo que tem si<strong>do</strong> chama<strong>do</strong> de “transição nutricional”, nos quais parcela<br />

significativa de trabalha<strong>do</strong>res com baixos salários sofre de má nutrição, em razão da combinação<br />

de déficit nutricional da dieta associada a alimentos processa<strong>do</strong>s ricos em açúcar<br />

e gordura, que são consumi<strong>do</strong>s em grande quantidade e a um custo relativamente baixo.<br />

Na África, continente onde a subnutrição atinge seus índices mais eleva<strong>do</strong>s, foram<br />

realiza<strong>do</strong>s testes com trabalha<strong>do</strong>res, que, uma vez alimenta<strong>do</strong>s corretamente, em 86%<br />

<strong>do</strong>s casos atingiram níveis de produtividade semelhantes aos de trabalha<strong>do</strong>res europeus.<br />

Observou-se também aumento de 30% a 40% no rendimento <strong>do</strong>s agricultores, quan<strong>do</strong><br />

submeti<strong>do</strong>s ao mesmo tipo de regime alimentar (CHAVES, 1969).

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