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Livro_do PAt arquivo íntegra para site (1)

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234<br />

40 anos <strong>do</strong> PAT – Programa de Alimentação <strong>do</strong> Trabalha<strong>do</strong>r<br />

A Tabela 7.10 apresenta a estimativa <strong>do</strong>s ganhos acumula<strong>do</strong>s <strong>do</strong> programa em termos<br />

de tributos líqui<strong>do</strong>s arrecada<strong>do</strong>s. A partir de 2011, as estimativas são apresentadas<br />

<strong>para</strong> cada perío<strong>do</strong> de cinco anos e mostram um sal<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> de tributos proporciona<strong>do</strong><br />

pelo programa bastante consistente.<br />

Tabela 7.10 – Estimativa <strong>do</strong> sal<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> de tributos por perío<strong>do</strong> (em R$ bilhões)<br />

Perío<strong>do</strong><br />

1976 a<br />

2010<br />

2011 a<br />

2015<br />

2016 a<br />

2020<br />

2021 a<br />

2025<br />

2026 a<br />

2030<br />

Arrecadação tributária 172 74 84 93 101<br />

Renúncia fiscal 11 5 5 6 6<br />

Sal<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> 161 69 79 87 95<br />

Teste de políticas<br />

Foram simula<strong>do</strong>s os efeitos das seguintes políticas:<br />

• Transformação <strong>do</strong> formato <strong>do</strong> benefício, de voucher <strong>para</strong> dinheiro.<br />

• Eliminação <strong>do</strong> incentivo fiscal.<br />

• Cobrança de encargos previdenciários.<br />

• Ampliação <strong>do</strong> incentivo fiscal <strong>para</strong> empresas de outros regimes tributários.<br />

Vouchers ou dinheiro?<br />

Uma crítica que às vezes se faz em relação ao sistema de vouchers é que seria melhor<br />

que o trabalha<strong>do</strong>r recebesse os recursos em dinheiro e decidisse por si só como otimizar<br />

seus gastos. O argumento, que tem origem no pensamento <strong>do</strong> famoso economista liberal<br />

Milton Friedman, tem duas premissas básicas. A primeira delas é que o trabalha<strong>do</strong>r (ou<br />

o ser humano, de maneira geral) trata a aplicação de seus recursos financeiros nas diversas<br />

rubricas (alimentação, moradia, saúde etc.) como se esses recursos (dinheiro) fossem<br />

fungíveis – uma premissa perfeitamente compatível com a visão <strong>do</strong> homo economicus, que<br />

faz parte da estrutura conceitual da economia neoclássica. A segunda premissa, que é<br />

derivada da primeira, é que o trabalha<strong>do</strong>r consegue otimizar por si só seus gastos, obten<strong>do</strong>,<br />

com isso, maior utilidade (bem-estar).<br />

Ocorre que décadas de evidências acumuladas pela economia comportamental mostram<br />

que essas premissas não são adequadas. Não apenas os indivíduos tratam o dinheiro<br />

como se fosse um recurso não fungível, consideran<strong>do</strong> cada tipo de gasto de uma forma distinta,<br />

como também tendem a não otimizar seus gastos (BERTRAND; MULLAINATHAN;<br />

SHAFIR, 2006), assim como não otimizam outro recurso finito, o tempo.

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