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Estética - OUSE SABER!

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J>0 Mtriu'i riHUMiiu<br />

monto a sorio o segundo os principios de tima econ om ia estrita<br />

sou papol do linguagem horizontal: seu pap el de comunicação,<br />

Ora. os romaneos do terror se fazem a c o m p a n h a r de um mo-<br />

vímouto ilo ironia quo os dobra e d e sd o b ra . Iron ia que não é uní<br />

contragolpe historico, um efeito de cansaço. F en ôm en o bastan­<br />

te raro na historia da linguagem literaria, a sátira é contempo­<br />

ránea exatamente da maneira com o cía lib e ra a im agem lasti-<br />

mavel '. Como se nascessem juntas e d o m e sm o ponto central<br />

duas linguagens complementares e gêm eas: u m a residindo in­<br />

teiramente em sua ingenuidade, a outra, na p a ró d ia ; um a não<br />

existindo senão para o olhar que a lê, a ou tra rem etendo a rudi­<br />

mentar fascinação do leitor às astúcias fáceis do escritor. Mas,<br />

na verdade, essas duas linguagens não são a p e n a s contem porâ­<br />

neas: são interiores uma à outra, coabitan do, cruzando-se in­<br />

cessantemente, formando um a tram a v e rb a l única e um a espé­<br />

cie de linguagem bifurcada, voltada con tra si no interior de si<br />

mesma, destruindo-se em seu p ró p rio corp o, peçonhenta em<br />

sua própria densidade.<br />

A ingênua finura da narrativa talvez esteja lig a d a a um a anu­<br />

lação secreta, a uma contestação interior que é a p ró p ria lei do<br />

seu desenvolvimento, de sua proliferação, de su a flora inesgotá­<br />

vel. Essa “demasia" funciona um pouco c om o o excesso em<br />

Sade: mas este vai ao ato nu de nom eação e ao recobrim ento de<br />

toda linguagem, enquanto aquele se a p óia em d u a s figuras dife­<br />

rentes. Uma e a da pletora ornam ental, na qu a l n a d a é mostra­<br />

do a não ser sob a indicação expressa, sim u ltân ea e contraditó­<br />

ria de todos os seus atributos ao m esm o tem po: n ão é a arma<br />

que se mostra sob a palavra e a atravessa, m as a panóplia ino­<br />

fensiva e completa (chamemos esta figura, segundo um episó­<br />

dio freqüentemente retomado, de efeito d o “esqueleto sangren­<br />

to": a presença da morte é m anifestada pela b ra n c u ra dos ossos<br />

chacoalhantes e ao mesmo tempo por aquele esqueleto bem po­<br />

lido, pelo jorro sombrio e imediatamente con traditório do san­<br />

gue). A outra figura é a da “proliferação ao infinito”: cada episó­<br />

dio deve seguir o precedente segundo a lei sim ples, m as absolu­<br />

tamente necessária, do acréscimo. É preciso ,se aproxim ar cada<br />

vez mais perto do momento em que a linguagem m ostrará sou<br />

2. (N.A.) Um texto como o de Bellin de la U b o rliè re (I a i m itt a m ilu is c . Pai is.<br />

l.eiuaich.Hid, 1800) quer ser para os relatos de te rro r o qu e D o m Q a ix o lf (t>i<br />

para os romances de cavalaria; mas cle lhes c exatam en te ro n lem p o ra iieo .

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