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Estética - OUSE SABER!

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1962 - Um Satwr Tão Cruel 17<br />

de sua tortura. Pauliska, a incorruptível, é totalmente esclarecida,<br />

já que no final das contas ela sabe: mas ela não é jamais iniciada,<br />

já que sempre se recusa a se tornar o soberano sujeito do<br />

que ela sabe; conhece a fundo a infelicidade de sentir em uma<br />

mesma inocência a oportunidade de ser advertida e a fatalidade<br />

de permanecer objeto.<br />

Desde a entrada desse jogo brutal, sua armadilha - a não-<br />

dialética - foi anunciada. Uma noite, conduziram Pauliska a<br />

uma reunião de emigrantes poloneses que se propõem justamente<br />

o que mais querem, restaurar a patria e fazer reinar nela<br />

uma ordem melhor. Pelas persianas entreabertas, ela espreita<br />

o estranho conciliábulo: a sombra gigantesca do grande mestre<br />

oscila na parede; um pouco curvado na direção do auditorio.<br />

ele permanece silencioso, com uma gravidade sonhadora de<br />

animal: à sua volta rastejam acólitos fervorosos: a sala esta repleta<br />

de silhuetas baixas. Ali se fala certamente de justiça restabelecida,<br />

de terras partilhadas e da vontade geral que laz, em<br />

uma nação livre, nascerem homens livres Homens? Pauliska<br />

se aproxima: na luz fosca, reconhece uma assembleia de cães<br />

presidida por um asno: eles latem, se jo^am uns contra os outros,<br />

dilaceram o miserável burrego. Sociedade benfeitora

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