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Estética - OUSE SABER!

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1964 - A Prosa de Acteão 115<br />

de de não design ar n enhum sentido, m as de se referir a um m odelo<br />

(a um único d o qual ele seria o duplo, mas que o retomaria<br />

em si com o sua d ifra çã o e sua transitoria duplicação) e de estar<br />

ligada à h istoria de u m a m anifestação que não é jam ais consumada;<br />

nessa h istoria, o signo pode ser sem pre rem etido a um<br />

novo episodio em que um único m ais único, um m odelo mais<br />

prim ordial (m a is u lterio r na R evelação) aparecerá, dando-lhe<br />

um sentido totalm en te oposto; assim , a árvore da Queda se tornou<br />

um dia o que ela sem p re foi, a da Reconciliação. Tal signo é<br />

ao m esm o tem p o p ro fé tic o e irôn ico: inteiram ente suspenso a<br />

um futuro que rep ete de antem ão e que o repetirá por sua vez<br />

em plena luz; ele d iz isso m ais aquilo, ou melhor, ele já dizia,<br />

sem que se tenha p o d id o sabê-lo, isso e aquilo. Em sua essên­<br />

cia ele é sim u la cro - d izen d o sim ultaneam ente e simulando<br />

sem cessar u m a coisa d iferen te do que ele diz. Oferece uma<br />

imagem dep en d en te de u m a verdade sem pre em recuo - Fabu­<br />

la; ele liga em su a fo rm a, com o em um enigma, os avatares da<br />

luz que lhe a d virá - F a tu m . F a b u la e F a tu m , am bos remetem à<br />

enunciação p rim eira de on de eles vêm , à raiz que os latinos en­<br />

tendem com o palavra, e onde os gregos vêem. também, a essên­<br />

cia da visib ilid a d e lu m inosa.<br />

É preciso estabelecer, sem dúvida, um a distinção rigorosa<br />

entre signos e sim u lacros. E les não provêm absolutamente da<br />

mesma experiência, m esm o se estiverem às vezes superpostos.<br />

Pois o sim u lacro não d eterm in a um sentido; ele é da ordem do<br />

aparecer na fragm en tação do tem po: ilum inação de Meio-dia e<br />

retorno eterno. T a lvez a religião grega só conhecesse simula­<br />

cros. Inicialm ente, os sofistas, dep ois os estóicos e os epicuris-<br />

tas, qu iseram ler esses sim u lacros com o signos, leitura tardia<br />

em que os deu ses gregos se apagaram . A exegese cristã, que é<br />

de pátria alexandrina, obteve p o r herança essa interpretação.<br />

No grande desvio que é o n osso hoje e pelo qual tentamos<br />

contornar todo o alexan drin isin o de nossa cultura, Klossowski<br />

é aquele que, do fu n do da experiência cristã, encontrou as se­<br />

duções o as profu n d ezas d o sim ulacro, para além de todos os<br />

jogos de antigam ente: os d o sen tido e do não-sentido, do significante<br />

e do significado, d o sím b olo e do signo. É sem dúvida o<br />

que dá à sua ob ra seu aspecto sagrado e solar, desde que se en­<br />

contre nela o m ovim en to n ietzschian o em que se trata de Dionisio<br />

e do C ru cificado (p o is eles sáo, com o o viu Nietzsche, simulacros<br />

um do outro).

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