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Estética - OUSE SABER!

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1974 - A nti-retro 341<br />

- Sim, e eu me pergunto se, nas análises marxistas, não se é<br />

um pouco vítima do caráter abstrato da noção de liberdade. Em<br />

um regime como o nazista, é certo que não se tem liberdade.<br />

Mas não ter liberdade não quer dizer não ter poder.<br />

- É no nível do cin em a e da televisão, a televisão estando<br />

Inteiramente controlada p elo poder, que se foca liza com o<br />

máximo de im pacto o discurso da história. O que implica uma<br />

responsabilidade p olítica . Parece-nos que as pessoas se dão<br />

cada vez mais conta disso. No cinema, há alguns anos, se<br />

fala cada vez m ais de história, de política, de luta...<br />

- Há uma batalha pela história, em torno da história que se<br />

desenrola atualmente e que é muito interessante. Há a vontade<br />

de estereotipar, de estrangular o que chamei de “memória popular”,<br />

e também de propor, de impor às pessoas uma chave de<br />

interpretação do presente. As lutas populares, até 1968, eram<br />

folclore. Para alguns, elas não faziam mesmo parte do seu sistema<br />

imediato de atualidade. Após 1968, todas as lutas populares,<br />

quer ocorram na Am érica do Sul ou na África, têm repercussão,<br />

ressonância. Não se pode mais, portanto, estabelecer<br />

essa separação, essa espécie de cordão sanitário geográfico. As<br />

lutas populares se tornaram não atuais, mas eventuais em nosso<br />

sistema. É preciso, então, colocá-las novamente a distância.<br />

Como? Não as interpretando diretamente, pois seria se expor a<br />

todos os desmentidos, mas propondo uma interpretação histórica<br />

das lutas populares antigas que puderam ocorrer entre<br />

nós, para mostrar que de fato elas não existiram! Antes de<br />

1968, era: “Isso não ocorrerá, porque se passou em outro lugar”;<br />

agora, é: “Isso não ocorrerá, porque isso jamais aconteceu!<br />

E observe, mesmo em relação a alguma coisa como a Resistência,<br />

sobre a qual tanto se sonhou, observe um pouco...<br />

Nada. Vazio, isso soa vazio!” O que é uma outra maneira de dizer:<br />

“No Chile, não se perturbem, é a mesma coisa; os camponeses<br />

chilenos pouco se importam com isso. Na França também:<br />

o que alguns subversivos podem fazer não abala as estruturas.”<br />

- Para nós, o que é im portante quando se reage em relação<br />

a isso, contra isso, é não se contentar em restabelecer a verdade,<br />

em dizer, sobre o maqui, por exemplo: “Não, eu estava<br />

lá, isso não se passou assim !” Pensamos que, para levar eficazmente<br />

a luta ideológica em um terreno como aquele a que<br />

os film es nos conduzem, é preciso haver um sistema de refe­

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