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Estética - OUSE SABER!

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1983 - Michel Foucault/Pierre Boulez - A Música Contemporânea e o Público 399<br />

ouvir em um espelho embaçado. Uma cultura é forjada, persiste<br />

e se transmite em uma aventura de dupla face: às vezes, a<br />

brutalidade, a contestação, o tumulto; às vezes, a meditação, a<br />

não-violência, o silêncio. Qualquer que seja a forma da aventura<br />

-a mais surpreendente não é sempre a mais ruidosa, a mais<br />

ruidosa não é, irremediavelmente, a mais superficial - é inútil<br />

ignorá-la, e ainda mais inútil seqüestrá-la. Dificilmente se poderia<br />

dizer que há provavelmente períodos agudos em que a coincidência<br />

se dá mais dificilmente, em que tal aspecto da invenção<br />

parece sair totalmente daquilo que podemos tolerar ou “razoavelmente”<br />

absorver; que existem outros períodos em que se<br />

produzem recaídas de uma ordem mais imediatamente acessível.<br />

As relações entre todos esses fenômenos - individuais, coletivos<br />

- são tão complexas que é impossível lhes aplicar paralelismos<br />

ou agrupamentos rigorosos. Ficaríamos, antes, tentados<br />

a dizer: Senhores, apostem e confiem, no que se refere ao<br />

resto, em sua época! Mas, por gentileza, toquem! toquem! Sem<br />

isso, que infinitas secreções de tédio!

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