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Estética - OUSE SABER!

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1974-Anti-retro 331<br />

mente inscrita em outros lugares além das histórias inteiramente<br />

oficiais. E ssas histórias oficiais estavam essencialmente<br />

centradas em torno do gaullismo que, por um lado, era a única<br />

maneira de escrever essa história em termos de um nacionalismo<br />

honroso e, por outro lado, era a única maneira de fazer in­<br />

tervir como personagem da história o Grande Homem, o homem<br />

de direita, o hom em dos velhos nacionalismos do século<br />

XIX.<br />

Finalmente, a França estava justificada por De Gaulle e, por<br />

outro lado, a direita, que era conduzida como é sabido no mo­<br />

mento da guerra, se encontrava purificada e santificada por De<br />

Gaulle. Repentinamente, a direita e a França se achavam recon­<br />

ciliadas nessa m aneira de fazer história: não esquecer que o na­<br />

cionalismo foi o ambiente do nascimento da história do século<br />

XIX e sobretudo do seu ensino.<br />

O que jam ais foi descrito foi o que se passou nas próprias<br />

profundezas do país após 1936 e mesmo depois do fim da guer­<br />

ra de 1914 até a Libertação.<br />

- Então, o que ocorreria depois de Le Chagrín et la Pitié é<br />

uma espécie de retorno da verdade na história. Trata-se de<br />

saber se isso é m esm o verdade.<br />

- É preciso associar isso ao fato de que o fim do gaullismo<br />

significa o ponto final colocado nessa justificativa da direita por<br />

esse personagem e esse episódio. A velha direita petainista.<br />

a velha direita colaboracionista, maurrassiana e reacionária<br />

que se camuflava como podia por trás de De Gaulle considera que<br />

agora ela m esm a tem o direito de reescrever sua própria histó­<br />

ria. Essa velha direita que, desde Tardieu. tinha sido desqualificada<br />

histórica e politicamente retorna agora para diante da<br />

cena.<br />

Ela sustentou explicitamente Giscard. Ela nào tem mais ne­<br />

cessidade de usar m áscara e. conseqüentemente, pode escrever<br />

sua própria história. E, entre os fatores da atual aceitação de<br />

Giscard por metade dos franceses (mais 200 mil), não se deve<br />

esquecer de filmes como aqueles dos quais falamos - qualquer<br />

que tenha sido a intenção dos autores. O fato de que tudo isso<br />

tenha podido ser m ostrado permitiu uma certa forma de rea-<br />

grupamento da direita. De forma que, pelo contrário, é exatamente<br />

o apagamento da ruptura direita nacional/direita colaboracionista<br />

que tornou esses filmes possíveis. Isso está absolutamente<br />

ligado.

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