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Estética - OUSE SABER!

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146 MU'hol Komault • litios t'KsiTttos<br />

verso de Robbe-GriUct em forma do norm alidade absoluta. Não<br />

e mais a tragédia, e simplesmente a realidade do mundo, a posição<br />

natural do homem. Haveria, evidentemente, toda uma série<br />

de reflexões a fazer sobre essa degradação do lado trágico<br />

em urna certa tipologia. Então, naquele caso - eu retom o ainda<br />

a hipótese adorniana seria muito interessante, pois, a rigor,<br />

quando em Stravinski cada vez mais se define uma posição do<br />

tipo neoclassica, há um universo que é coerente em si mesmo<br />

mas que, ao mesmo tempo, só é significante com o música. Seria<br />

quase possível dizer que Robbe-Grillet é a verdade última de<br />

Kafka, 011 seja, que ele leva ao extremo do neoclassicism o tudo<br />

aquilo que em Kafka também é representado de uma maneira<br />

romântica, isto é, sob a forma da tragédia.<br />

Eu me pergunto se esse resultado não seria a última conseqüência<br />

de certos processos, justamente, de uma consciência<br />

inconsciente - permita-me o jogo de palavras - da reificação. A<br />

rigor, uma alegoria, não é?<br />

O que me pareceu muito interessante na intervenção de<br />

Durry é que, justamente, rompendo por um m om ento o círculo<br />

fechado da reflexão teórica, viu-se imediatamente o efeito produzido<br />

por uma coisa como aquela. Ou seja, há um leitor, e esse<br />

leitor diz: “Quando vejo essa descrição que torna uma aparência<br />

totalmente objetiva, completamente verdadeira e precisa<br />

etc..., então quanto mais a descrição se torna objetiva, quanto<br />

mais ela assume um aspecto que deveria ser verdadeiro, mais<br />

isso dá, pelo contrário, a impressão de um pesadelo, do lado visionário,<br />

lírico” etc...<br />

Você falava da posição de Planck e desse lado que se poderia<br />

chamar de positivismo de Robbe-Grillet. O que é muito interessante<br />

é que jamais se leve muito em conta, acredito, falando de<br />

Robbe-Grillet, o fato de que quando - por exem plo - ele deve<br />

justificar em La jalousie a volta para trás, a repetição do mesmo<br />

episódio, ele tome como justificativa teórica o fato muito<br />

surpreendente de que, quando conto uma história, na vida cotidiana,<br />

jamais começo exatamente pelo com eço e jam ais term ino<br />

exatamente no fim, mas sempre vou para frente c para trás;<br />

ou seja, há em Robbe-Grillet uma referência muito lortc à experiência<br />

comum, ao realismo no sentido naturalista do termo.<br />

Creio então que seria muito interessante confrontar essa posição<br />

com a de Thibaudeau, que exclui completam ente, em princípio...

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