Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

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«Da profundez da dôr a ti bradamos,
«Presta, Senhor, ouvido ao nosso brado;
«Sem o soccorro teo que t'impetramos,
oPóde viver o filho do peccado?
«De nós afasta o mal a que dobramos,
«Teo sopro manda ao povo flagellado
«E este povo, Senhor, que assas te deve
«Mais puro ficará que a pura neve.»
Mas já retumba o pranto n'outra parte
Apavorada a inclyta Bahia,
Vê sem soccorros — pois desanima a arte—
Cahirem trinta mortos cada dia;
Nem ha quem os cadáveres aparte
Dos vivos, interpondo a terra fria !
No empenho d'os queimar Bettamio corre.
As cinzas o envenenam e o justo morre! (^)
Mais um grito! Do Rio de Janeiro
O habitante desvairado erra;
Eis o monstro, o demónio traiçoeiro
Na capital da brazileira terra!
Ceos! que attribulação! ao mais ligeiro
Incommodo, quem o sente já se aterra,
Crendo o bafo do cólera homicida
Ter bebido no ar que alent'a vida!
Imperador! ind'esta vez honraste
Do fundador do império a grã memoria!
Tu, que até aqui um coração mostraste
Todo de amor, isento de vangloria
Agora abnegado revelaste
Direito a outras cVôas, outra gloria,
Pois, (eu não sou de adulação captivo)
Foste do commum softVer o lenitivo.
(1) Medico illustre da Bahia, victima de sua dedicação scientifica, por occasiáo
de ali apparecer o mal levantino.
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