Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

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CANTO LIII
Surge a milhas dahi a Ponta Negra {*)
As tnaricanas ilhas se levantam (2)
O ponteagudo Pico a surgir, mais nos alegra. (^)
Saltam gostosos, ávidos n3o jantam,
Sórdidos nautas de comer sem regra;
Redonda e Paios são fadas, que se encontram. (^)
E Santa Cru^ de fera perspectiva,
Recorda Hio, quando Troya altiva !
CANTO LIV
De um lado o Pão de Assucar sobranceiro,
D'outro montanha de hórrida belleza.
Fala á buzina marcial guerreiro.
Responde o barco com egual presteza; (^)
Alto castello se destacou fronteiro,
Passa-se a Lage, chega a fortaleza
D'onde, pondo-se á capa, espera quedo
Entre a visita, que chegou não cedo.
CANTO LV
Por trás d'altiva Gávea s'escondia
O de Latona filho moribundo;
Da cidade de Mem, n'alta bahia,
Surto o barco se fez, quando deo fundo.
(') Ponta ao poente do Cabo e ao nascente da Barra do Rio de Janeiro,
('=) As ilhas chamadas de Maricá.
(*) Penhasco á cavalleiro da fortaleza de Santa Cruz.
{*) Ilhas á entrada do Rio de Janeiro.
(') Era de antigo uso serem os navios interrogados pela fortaleza de Santa
Cruz, quando demandavam a entrada do porto, á respeito da procedência e da viagem
que traziam, estado sanitário de bordo, etc.
Essa praxe foi abolida mais ou menos em 1880, quando o commercio marítimo
principiou a ter o desenvolvimento que estamos contemplando e o telegrapho eléctrico
dispensou a vexatória inquirição.