Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

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CANTO XXIV
---í".\v'-^ - "r-?7>,-:
Havia um rei piedoso, um rei clemente,
Mandado governar a terra minha,
Albuquerque Toyar, justo e prudente, {^)
lUustre successor d'impio marinha; (-)
Mas inveja cruel que não consente,
Viver povo ditoso, eis quando asinha
Do mar surge outra vez um monstro feio, ( ^)
E do governo se lhe entrega o freio.
CANTO XXV
Apenas vê d'um povo humilde e brando
A prompta submissão, sujeito a tudo,
P'ra melhor inculcar feliz commando
Fez no culto de um Deos, de Deos estudo;
Gemendo o povo aqui, ali chorando.
Não sabe se queixar; calado e mudo.
Só pede, só supplica a um Deos amigo
Permitta renascer o tempo antigo.
CANTO XXVI
Agrilhoado ali geme o consorte.
Lamenta o preso pae, tenro filhinho; í^)
Aqui preso outr'emfim soube co'a morte.
Perder da cara esposa o bom carinho;
(1) Manoel \'ieira de Albuquerque Tovar, fidalgo da Casa Real, coro;ie! dj
infantaria de milicias, foi o 2." Governador da Capitania, a partir de 17 de de.
zembro de 1804.
{-) O vocábulo marinha, aqui designa a origem portugueza do primeiro
Governador Colonial, António Fires da Silva Pontes, que os documentos do tempo
inculcam homem violento.
(^) Altusão ao terceiro Governador Francisco Alberto Rubiin, iiavido por
bárbaro e cruel, conforme a tradição que deixou.
{*) Muitas foram as perseguições feitas pelo Governador Rubim: neste ponto
allude-se a Wencesláo Ferreira Lopes, que foi obrigado a abandonar a mulher
« o> filhos 'e refugiar-se em Cabo Frio para evitar a sanha do tyranno.