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Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

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267<br />

Oh minha doce esposai— amante e extremeci<strong>da</strong><br />

do meo viver a estra<strong>da</strong> em treme<strong>da</strong>es perdi<strong>da</strong><br />

— illuminaste a rir, cobriste-m'a de âôres. .»<br />

Eis ahi o que se pôde ter por exacto na vi<strong>da</strong> com<br />

amor, em opposição ao que o moço romântico escreveo<br />

em outro ponto, para enganar enganando-se, sem perce-<br />

ber que os artifícios <strong>da</strong> escola, não tinham préstimo para<br />

operar a inversão do sentimento, para alterar a emoção<br />

recebi<strong>da</strong> ou para tocar a apparencia com os matizes <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de.<br />

É bem certo que foi essa a contínua preoccupação<br />

do romantismo; não menos o é também, que desappa-<br />

receo sem poder vel a satisfeita.<br />

Algumas vezes o moço cantor procura reagir contra<br />

a tyrannia dos preconceitos <strong>da</strong> escola e busca o conta-<br />

cto <strong>da</strong> natureza para imprimir ás scenas que descreve<br />

um pouco <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de senti<strong>da</strong> e vivi<strong>da</strong>; é quando, como<br />

em An<strong>da</strong>lusa, diz:<br />

«Foi ao piano. Uns trémulos descantes<br />

<strong>da</strong> seguidilha as molles vibrações,<br />

elevaram-me aos sonhos rutilantes<br />

e ao delirio de extranhas sensações.<br />

Era o raro primor <strong>da</strong>s creaçÕes,<br />

— maravilha de formas deslumbrantes<br />

sorrir lascivo, olhares faiscantes,<br />

e o perigo <strong>da</strong>s grandes seducções.»<br />

Mas, essa auscultação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> ver<strong>da</strong>deira não é du-<br />

radoira ou não encontra sympathia no poeta; d'ahi o<br />

desequilíbrio dos tercettos:

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