16.04.2013 Views

Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

"- "<br />

^.^-^'^^^^í^PfF<br />

•í-V;-'p!^í:>'^,-'^ .<br />

216<br />

Pondo de lado o motivo psychologico que me forçou<br />

á digressão de que acabo de voltar, ha um outro de ordem<br />

esthetica e vem a ser que muitas vezes, um pensamento<br />

traduzido em prosa ou verso, parece denunciar<br />

um vicio de expressão pelo eíFeito que nos causa a leitura<br />

de um verso forçado ou de uma phrase desnatura<strong>da</strong> e<br />

no emianto, este defeito repercute sobre o merecimento<br />

<strong>da</strong> producção, ao ponto de deformal-a.<br />

Em linguagem de critica supponho que se pôde di-<br />

zer que ha como na geometria e na chimica, uma certa<br />

homologia entre o pensamento externado pelo escriptor<br />

e a forma por que o apprehende o leitor, de modo que<br />

o contorno que tomam as idéas emitti<strong>da</strong>s pelo primeiro,<br />

coincide com a impressão recebi<strong>da</strong> pelo segundo.<br />

Esta operação algo tem de semelhante á nota musi-<br />

cal que o instrumento desfere e que só dilúe-se no ouvido<br />

do espectador quando a vibração chega niti<strong>da</strong> e intensa.<br />

Si o poeta forceja por exprimir uma sensação que<br />

destes objectos ella tomou um tal cunho de todos os seos caracteres<br />

morphologicos, que podemos consideral-a sem exaggero como uma<br />

proprie<strong>da</strong>de pessoal emana<strong>da</strong> dos corpos; os corpos são considera-<br />

dos ca<strong>da</strong> vez mais, aliás, como transformadores e não como productores<br />

e, por conseguinte, tanto no ponto de vista luminoso como<br />

no ponto de vista acústico, podemos dizer que o corpo estu<strong>da</strong>do enche<br />

com a sua imagem todo o espaço ambiente; verifica-se ain<strong>da</strong>,<br />

mesmo para um corpo não vivo, falando rigorosamente, que a exis-<br />

tência de um corpo não é limita<strong>da</strong> ao espaço que occupa de facto.<br />

Ora, que são o ponto de vista luminoso e o ponto de vista acús-<br />

tico, sinão resultados de analyses parciaes <strong>da</strong>s coisas, analyses par-<br />

ciaes cuja escolha nos é dicta<strong>da</strong> pela natureza dos nossos órgãos dos<br />

sentidos? Ha ain<strong>da</strong> o ponto de vista olfactivo, o ponto de vista do<br />

pala<strong>da</strong>r e até, para falar correctamente, devia dizer-se o «ponto de<br />

ouvido» o «ponto de olfacto», o «ponto de pala<strong>da</strong>r», como se diz o<br />

«ponto de vista». Obr. cit. 126-127.<br />

:iÍS!.£ifÍ!l;,^ii„;<br />

5 *

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!