Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

87
Si a idéa que temos não faUiat:, í
Os padres desde logo Jião de casar.
E si a bôa Republica fôr de cima
Saberás quanto o Cónego, Ignez estima.
Eu sei em que ha de dar sua .grandeza;
Ha de ser em ir parar á fortaleza,
Como já lhe succedeo em vinte e dois
Quando veio de Minas; pVa depois.
Começar a chorar se maldizendo.
De ter sorte infeliz epromettendo,
Ser escravo fiel prompto p'ra tjudo,
De quem salvo o puzesse. .
Ignez - •
Cónego
O meo estudo,
Faz-me viver com o tempo; eu sei Ignez,
Conhecer quem mal faz e quem bem fez.
Sei adular a quem dá adulação,
N'este fraco e vaidoso coi^ação.
Si vejo vir-me bem de fazer festa,
Qu 'importa ser homem, vacca ou besta?
Conheço opulentos portuguezes,
Que têm utilidade egual ás rezes.
Estas com o leite e carnes saborosas,
Fazem da vida as horas deliciosas.
Aquelles de dinheiro sempre cheios.
Dissipam-no os pezares e receios
Que provêm da falta de trabalho.
Da politica vivo; mas devo ao sant'orvalho
Das capellas de missas, mór proveito.
Eis qual é a vidóca qu'eu acceito.
Amigos, Ignez, q«e o bolso ao amigo
Deixam ás cascas, ou qu'inteiro comem o figo
Ou não comem e comer nunca deixaram
Aquelles dos seos que os carregaram
Aos hombros, como Christo á sua cruz
Longe de nós, e quero que tu digas : Amen, amen Jesus.
^