16.04.2013 Views

Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

368<br />

O poema — Jerusa — parece-me a melhor creação do<br />

infatigável litterato.<br />

E um poema de amor que fina-se com a per<strong>da</strong> do<br />

objecto amado.<br />

Jerusa tudo nega a Vulturno: a benção do olhar, a<br />

complacência e até o rancor.<br />

F^allece invulnerável á paixão do poeta; este continua<br />

a amal-a depois ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> morte.<br />

Ha trechos que recor<strong>da</strong>m o Fausto.<br />

O <strong>da</strong> impressão causa<strong>da</strong> pela noticia <strong>da</strong> morte de<br />

Jerusa^ é um dos de mais vivo colorido.<br />

Fala Vulturno:<br />

— «Morta! (com rancor satisfeito). Ah! Ao menos ninguém<br />

n'a possuirá. (Supplice). Eu peço. . . Não n'a sepultem, não n'a sepultem<br />

! Tenho ciúmes dos vermes. . . Vão-n'a beijar! Vão-n'a bei-<br />

jar!<br />

Que ella se transforme á luz, em podridão.<br />

(Com terror). Pôde vir osculal-a o moscardo do Sol, de antenas<br />

jaldes! (Abatido) Oh miséria, humana fragili<strong>da</strong>de! Que a podridão<br />

faça-se ether sonoroso, palpito de luz — o azul — que elle faça-me<br />

vibrar como o mármore de Meurnon ao toque de um sol glorioso!<br />

Que ella palpite na minha Arte, que esta seja para mim uma<br />

theurgia<br />

Que mulher eu poderia amar mais alto do que a minha Arte?<br />

Protegei-me, Santa Jerusa! »<br />

To<strong>da</strong>via, que distancia vae do hymno de C. Barroso<br />

ao do Requiem de Dranmov, na apreciação do phenomeno<br />

negativo <strong>da</strong> morte!<br />

Para facilitar o confronto, bastará este pe<strong>da</strong>ço:<br />

«O morte! tu a quem apezar <strong>da</strong> promessa de celestiaes felici-<br />

<strong>da</strong>des, eu só contemplava e apalpava com um sentimento de horror,<br />

e que não pude amar, porque o habito <strong>da</strong> existência pesa sobre os<br />

meus hombros, assim como sobre os dos outros; tu que eu aguardo<br />

com resignação, porque o fim não é mais que um ultimo somno sem<br />

;>«?!;

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!