16.04.2013 Views

Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

343<br />

O ultimo poema de Antunes de Sequeira, publicado<br />

em 1884, é eminentemente lyrico, como foram lyricos os<br />

versos de Fraga Loureiro, de Manoel Borges, de Jorge<br />

Rodrigues e Virgilio Vidigal, emfim, de todos os meliio-<br />

res poetas espirito-santenses.<br />

Estu<strong>da</strong>dos esses auctores em suas producções, veri-<br />

ficariamos que Ulysses Sarmento, si alguma influencia<br />

cedeo, não foi á que lhe reconheceo o Sr. Amorim, mas<br />

á <strong>da</strong>s leis de hereditarie<strong>da</strong>de e de caraclerisação, que lhe<br />

não consentiram pôr fora as transformações e as quali<strong>da</strong>des<br />

essenciaes do typo poético de seos antepassados,<br />

na lucta pela selecção artistica.<br />

Dado, porem, que pudesse prevalecer o arbitrário<br />

processo <strong>da</strong>s filiações por predilecção, ain<strong>da</strong> assim, a fei-<br />

ção lyrica do poeta <strong>da</strong>s Clamydes, se explicaria pela semelhança<br />

que o approxima do estro do cantar <strong>da</strong>s—<br />

Irideas— (1891) e dos Cantos e Prantos, (1886) livros an-<br />

teriores ao primeiro.<br />

Compare-se o bello soneto de Virgilio Vidigal, So~<br />

nha., que eu sonho!—com o que se lê á pag. 35 <strong>da</strong>s Cla-<br />

mydes, sob o titulo— Canta! e ter-se-á a prova do que<br />

affirmei, sem querer com isso <strong>da</strong>r foros de ci<strong>da</strong>de a um<br />

critério que julgo falho.<br />

O lyrismo observado no primeiro livro de U. Sarmento<br />

não lhe deslustra, pois, a intuição; a menos que<br />

essa notação <strong>da</strong> poesia, em vez de significar ora o senti-<br />

mento, ora o enthusiasmo, ora as dubie<strong>da</strong>des dos estados<br />

d'alma, descaia para o sentimentalismo banal <strong>da</strong>s chora-<br />

deiras sem termo.<br />

Não devo ser injusto para com o escriptor d'^ Lanterna;<br />

preciso é, entretanto, que restituindo ás Clamydes<br />

o logar que lhes compete, diga do seo auctor o que convenha<br />

ser sabido.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!