Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

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£ diâicil encontrar nos novos bardos uma descripção
tão bella, tão suavemente lyrica, como o ultimo soneto
das Clamydes. _. :?
Reproduzo ainda esse trecho para fazer um confronto
que será ao mesmo tempo uma reivindicação de prece-
dência na concepção e na execução, em favor do vate
conterrâneo.
Êa
GALERA DE CLEÓPATRA
«Sobre as aguas do rio, mansamente
Vae a galera rutila passando,
E os remos batem compassadamente
As puras vagas, soffregos deixando.
Rumo do Egypto segue. Que silente
Musica dentro delia vae soando!
Silencio! É a voz da escrava que cantando
Passa, e tudo adormece, de repente
Ouvindo-a assim, Cleópatra suspira,
E ao som da enamorada e flébil ária
Entre soluços pallida delira.
E Charmion, qual deusa imaginaria.
Concerta o canto ao som de extranha lyra,
E o rio desce, triste e solitária.»
^ Sob o titulo o
Sonho de Cleópatra^ li no Commer-
cio do Espirito Santo^ de 3o de maio de igoB, o seguinte
soneto de M. Faria Correia, datado de 23-5-9o5, sem in-
dicação do logar: