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Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

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332<br />

Sois grande e muito grande. Eu sou pequeno<br />

Para julgar os dotes d'uma artista;<br />

Mas, haverá acaso, quem resista<br />

A \oi do coração? É sempre ameno<br />

Ao pequenino procurar os grandes;<br />

O cego só quer luz. . . a névoa, os Andes.»<br />

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•<br />

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Em Virgílio Vidigal a riqueza <strong>da</strong> imaginativa osten-<br />

ta-se em quadros multicores; o pensamento acode-lhe<br />

em ondulações ora serenas, ora marulhosas, como os<br />

sons de uma orchestra, ora cadenciados, ora crescentes.<br />

É <strong>da</strong> primeira espécie o soneto traduzido do hespanhol<br />

e accommo<strong>da</strong>do pelo poeta ao vernáculo; é uma<br />

mimosa inspiração a que Campoamor deo o baptismo de<br />

BUSTO DE GELO<br />

«De amor tentado um penitente, um dia,<br />

Com gelo um busto de mulher formava,<br />

E o busto ao corpo com fervor juntava,<br />

Dando-lhe o fogo que em seu peito ardia.<br />

E quanto mais com o busto o corpo unia.<br />

Mais o gelo com o fogo misturava;<br />

Daquelle pobre o coração gelava<br />

E o busto <strong>da</strong> mulher se derretia.<br />

Assim és tu, amor! Eu te renego!<br />

Sempre se une o inverno ao quente estio<br />

E si um ama sem fé, quer outro cego I<br />

Assim és tu, meo coração doentio.<br />

Que unindo o fogo ao gelo a que me entrego,<br />

Por matar de calor, morres de frio ! »

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