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Historia da litteratura Espirito-Santense [microform]

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364<br />

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tido de chegar á demonstração de que o entendimento<br />

humano só é accessivel a essas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des ou só ellas<br />

serem capazes de impressional-o, é o que não tenho por<br />

exacto, quer no campo <strong>da</strong> sciencia quer no <strong>da</strong> arte.<br />

Não houve contribuição mais fecun<strong>da</strong> para o descré-<br />

dito do naturalismo, do que a predilecção pela deliques-<br />

cencia na natureza.<br />

Foi invertendo a successão natural <strong>da</strong>s coisas, trans-<br />

formando as anomalias em phenomenos regulares, ensombrando<br />

de escuro o que era niti<strong>da</strong>mente diaphono,<br />

que os dois corypheos do naturalismo nomeados por<br />

C. Barroso, chegaram ás creações extravagantes e obscenas<br />

de Naná, do Regabofe, do Primo Ba:{ilio e Crime<br />

do Padre Amaro.<br />

Mas, poder-se-á ver na cocotte parisiense, no pelin-<br />

tra depravado e no sacrílego padre de Leiria, a reprodu-<br />

cção <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de, ou ao menos um traço exacto <strong>da</strong><br />

vi<strong>da</strong> de uma parcella de qualquer socie<strong>da</strong>de rudimentar-<br />

mente poli<strong>da</strong> ?<br />

Certo que não.<br />

Quanto a Zoia, supponho que resgatou as suas cul-<br />

pas escrevendo após aquellas obras, os brilhantes estudos<br />

que são La Fécondité, Le Germinal, Le Travail e La<br />

Vérité, e creio que o próprio Eça de Queiroz abandonou<br />

a <strong>litteratura</strong> de lupanar traçando ou impondo-se uma nova<br />

orientação nos seos últimos escriptos.<br />

Pensa Collatino Barroso, que a noção de Arte mi-<br />

nistra<strong>da</strong> por Eça de Queiroz — «um resumo <strong>da</strong> Natureza<br />

feito pela imaginação» — é um conceito axiomático.<br />

Parece-me que o talentoso escriptor equivocou-se e<br />

que á famosa definição, tem perfeita applicação a critica<br />

de Sylvio Roméro, a uma outra não menos famosa de<br />

E. ZoIa.<br />

Para este a Arte, «é um pe<strong>da</strong>ço <strong>da</strong> nature^^a visto<br />

atravez de um temperamento. »

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