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Pedagogia dos monstros - Apresentação

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um conjunto de me<strong>dos</strong> psíquicos e/ou sociais a serem<br />

metaforiza<strong>dos</strong> ou dramatiza<strong>dos</strong> nos filmes; a história é<br />

enunciada na estrutura narrativa <strong>dos</strong> filmes. A inadequação<br />

de qualquer representação formal relativamente a<br />

essa idéia de história resulta não em homologias fáceis,<br />

mas em excessos e desequilíbrios. Os vampiros, os golens,<br />

os duplos, os <strong>monstros</strong> e as personagens fáusticas<br />

em filmes como O estudante de Praga, O Golem, O gabinete<br />

do Dr. Caligari e Nosferatu podem ser vistos como:<br />

(...) um deslocamento, uma abstração e uma reificação<br />

de momentos sociais e políticos. Esse deslocamento,<br />

entretanto — sendo uma substituição<br />

desigual, uma transformação “fracassada” — deixou<br />

seus próprios traços que se manifestam na intensidade,<br />

na estranheza com que os elementos desloca<strong>dos</strong><br />

e reprimi<strong>dos</strong> irrompem nas relações e nos<br />

mun<strong>dos</strong> idílicos (ELSAESSER, 1989, p. 31).<br />

Constance Penley (1989) apresenta um argumento<br />

similar em seu estudo do Exterminador do futuro, de<br />

James Cameron (1984), no qual Arnold Schwarzenegger<br />

representa um ciborgue que é enviado do futuro<br />

para assassinar a mulher que dará à luz ao líder das<br />

guerrilhas que lutam contra os computadores e suas<br />

máquinas guerreiras que tomam o mundo de assalto.<br />

Esta “distopia crítica” de uma tecnologia que foge ao<br />

controle, argumenta Penley, revela um “conjunto de<br />

conflitos culturais e psíquicos, ansiedades e fantasias<br />

que estão todas em ação nesse filme de um modo particularmente<br />

insistente” (p. 197). Embora os temas fantásticos<br />

sejam evidentes (o frágil limite entre matéria e<br />

espírito e a transformação do tempo e do espaço), ela<br />

está mais interessada no modo pelo qual um cenário<br />

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