Pedagogia dos monstros - Apresentação
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proibi<strong>dos</strong> recantos de nossa mente, mas eles sempre<br />
retornam. E quando eles regressam, eles trazem não<br />
apenas um conhecimento mais pleno de nosso lugar<br />
na história e na história do conhecimento de nosso<br />
lugar, mas eles carregam um autoconhecimento, um<br />
conhecimento humano — e um discurso ainda mais<br />
sagrado na medida em que ele surge de Fora. Esses<br />
<strong>monstros</strong> nos perguntam como percebemos o mundo<br />
e nos interpelam sobre como temos representado<br />
mal aquilo que tentamos situar. Eles nos pedem para<br />
reavaliarmos nossos pressupostos culturais sobre raça,<br />
gênero, sexualidade e nossa percepção da diferença,<br />
nossa tolerância relativamente à sua expressão. Eles<br />
nos perguntam por que os criamos.<br />
NOTAS<br />
1 Literalmente, aqui, Zeitgeist: fantasma do tempo, o espírito<br />
incorpóreo que estranhamente incorpora um “lugar”,<br />
isto é, uma série de lugares — a encruzilhada, que é um<br />
ponto em movimento em direção a um incerto outro lugar.<br />
Enterre o Zeitgeist na encruzilhada: ele se confundirá<br />
quando despertar, não irá a lugar algum, ele está na intersecção<br />
de to<strong>dos</strong> os lugares; todas as estradas levam de<br />
volta ao monstro.<br />
2 Dou-me conta de que se trata de uma manobra biográfica<br />
interpretativa que Barthes seguramente chamou de “a<br />
morte viva do autor”.<br />
3 Daí a superioridade do “Vampires, breast-feeding, and anxiety”,<br />
de Joan Copjec (1991), relativamente ao Vampires,<br />
burial, and death: folklore and reality, de Paul Barber (1988).<br />
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