Pedagogia dos monstros - Apresentação
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8 A discussão da implicação do monstruoso na fabricação da<br />
heurística está parcialmente baseada em meu ensaio de 1994.<br />
9 “O círculo hermenêutico não permite acesso ou fuga de uma<br />
realidade ininterrupta; mas nós não temos que continuar<br />
rodando em torno da mesma trilha” (SMITH, 1991).<br />
10 Minha discussão de Ricardo deve muito ao provocativo<br />
trabalho de Marjorie Gaber, 1988.<br />
11 “Um retrato, pintado ao redor de 1505 e conservado,<br />
agora, na Sociedade <strong>dos</strong> Antiquários de Londres, mostra<br />
um Ricardo com ombros retos. Mas um segundo retrato,<br />
possivelmente de data anterior, na Royal Collection, parece<br />
ser emblemático de toda a controvérsia sobre a suposta<br />
monstruosidade de Ricardo, pois nele, o exame de<br />
raio-X revela uma linha de ombro originalmente reta, que<br />
foi posteriormente pintada para apresentar a silhueta com<br />
o ombro direito erguido tão freqüentemente copiada por<br />
retratistas posteriores” (GARBER, 1988, p. 35).<br />
12 Estou sugerindo, aqui, a possibilidade de uma recuperação<br />
feminista do monstro generificado, ao citar os títulos de<br />
dois livros famosos sobre Lilith (uma figura favorita na<br />
escrita feminista): o Lilith, ou, La Mère obscure de Jacques<br />
Bril (1981), e o Lilith, die erste Eva: Eine Studie uber dunkle<br />
Aspekte des Weiblichen, de Siegmund Hurwitz (1980).<br />
13 “A mulher-monstro, ameaçando substituir sua angélica<br />
irmã, corporifica a intransigente autonomia feminina e<br />
representa, assim, tanto o poder do autor para aliviar ‘suas’<br />
ansiedades ao nomear sua fonte com palavras fortes (bruxa,<br />
puta, diabo, monstro) e, simultaneamente, o poder<br />
misterioso da personagem que se recusa a permanecer no<br />
‘lugar’ que lhe foi textualmente atribuído, gerando, assim,<br />
uma história que ‘escapa’ de seu autor” (GILBERT e<br />
GUBAR, 1984, p. 28). O “perigoso” papel da vontade feminina<br />
no engendramento de <strong>monstros</strong> é explorado também<br />
por Marie-Hélène Huet (1993).<br />
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