25.04.2013 Views

Pedagogia dos monstros - Apresentação

Pedagogia dos monstros - Apresentação

Pedagogia dos monstros - Apresentação

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

são atribuí<strong>dos</strong> menos a uma rejeição intencional relativamente<br />

ao governo do que a uma resistência mais<br />

sistêmica, embutida nos circuitos da subjetificação.<br />

Um aspecto disso é constituído pela natureza da representação:<br />

o modo como define o conhecimento e<br />

a informação para o sujeito, e, contudo, sob formas<br />

que são inevitavelmente parciais e pouco confiáveis.<br />

No próximo capítulo examino os limites da representação<br />

e a forma como eles afetam a formação de<br />

categorias e atores sociais. Este foco revela que o processo<br />

é mais difícil do que se admite, por exemplo,<br />

nos esquemas para formar cidadãos ativos e responsáveis.<br />

Existe sempre um lado avesso e sombrio nesse<br />

processo — uma estória de incerteza, ansiedade e<br />

medo. É desta forma que exploro, agora, alguns <strong>dos</strong><br />

aspectos menos respeitáveis da cultura pós-iluminista,<br />

assim como alguns <strong>dos</strong> mais sublimes.<br />

NOTAS<br />

1 Obrigado a Ines Dussel e a Deborah Britzmann pelas idéias<br />

sobre a tradução do título original deste capítulo: “Strutting<br />

and fretting”. Elas não são, entretanto, é claro, responsáveis<br />

pela tradução afinal escolhida. To strut significa,<br />

em inglês, caminhar de forma pomposa, arrogante, afetando<br />

importância. To fret significa, neste caso, apresentar<br />

um ar ou atitude preocupada, desconfortável. A expressão<br />

“strutting and fretting” pretende expressar, no contraste<br />

entre esses dois sentimentos pessoais, precisamente o sentimento<br />

ambíguo, situado entre a arrogância e o medo,<br />

que está no centro da “subjetividade” <strong>dos</strong> robôs e ciborgues<br />

e, por extensão, do ser humano. Na impossibilidade<br />

103

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!