Pedagogia dos monstros - Apresentação
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<strong>monstros</strong> para chamar a atenção para o caráter problemático<br />
da natureza da subjetividade pressuposta<br />
na teoria pedagógica — sobretudo na teoria<br />
pedagógica crítica. A “pedagogia <strong>dos</strong> <strong>monstros</strong>” não<br />
desenvolve uma pedagogia dirigida à formação de<br />
<strong>monstros</strong> nem uma pedagogia que utilize os <strong>monstros</strong><br />
com fins formativos. A “pedagogia <strong>dos</strong> <strong>monstros</strong>” recorre<br />
aos <strong>monstros</strong> para mostrar que o processo de<br />
formação da subjetividade é muito mais complicado<br />
do que nos fazem crer os pressupostos sobre o “sujeito”<br />
que constituem o núcleo das teorias pedagógicas<br />
— críticas ou não.<br />
Tendo como eixo esses três capítulos de Donald,<br />
o presente livro completa-se com uma resenha de Ian<br />
Hunter sobre o livro original de Donald, Sentimental<br />
education. Por explicitar, mas também por questionar<br />
em alguns pontos os argumentos de Donald, ela nos<br />
ajuda a compreender melhor as complicações da questão<br />
da subjetividade em educação. Além disso, o livro<br />
inclui também um capítulo sobre “teoria <strong>dos</strong> <strong>monstros</strong>”,<br />
escrito por Jeffrey Jerome Cohen, extraído do<br />
livro por ele organizado, Monster theory: reading culture.<br />
Embora não discuta nenhuma questão propriamente<br />
educacional, ele desenvolve insights que<br />
reforçam o argumento implícito de Donald, de que,<br />
parodiando Lévi-Strauss, os <strong>monstros</strong> são bons para<br />
pensar. Tal como os ciborgues, eles mostram, como<br />
diz Girard, citado no ensaio de Cohen, que a nossa<br />
ansiedade não é causada pela diferença, mas pela falta<br />
de diferença: entre nós (mas quem somos nós?) e eles<br />
— os <strong>monstros</strong>, as máquinas e os ciborgues.O livro<br />
fecha com um ensaio do escritor português José Gil,<br />
extraído de seu livro Monstros (Lisboa: Quetzal, 1994).