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Pedagogia dos monstros - Apresentação

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40<br />

(...) o potencial do sistema para diferir de sua própria<br />

diferença; em outras palavras, não ser diferente<br />

de forma alguma, deixar de existir como um<br />

sistema... A diferença que existe fora do sistema é<br />

aterradora porque ela revela a verdade do sistema,<br />

sua relatividade, sua fragilidade e sua mortalidade...<br />

Apesar do que é dito ao nosso redor, os perseguidores<br />

não estão nunca obceca<strong>dos</strong> com a diferença<br />

mas, antes, com seu impronunciável contrário: a<br />

falta de diferença (GIRARD, 1986, p. 21-22).<br />

Ao revelar que a diferença é arbitrária e flutuante,<br />

que ela é mutável antes que essencial, o monstro ameaça<br />

destruir não apenas os membros individuais de uma<br />

sociedade, mas o próprio aparato cultural por meio do<br />

qual a individualidade é constituída e permitida. Por<br />

ser um corpo ao longo do qual a diferença tem sido<br />

repetidamente escrita, o monstro (como a criatura de<br />

Frankenstein, aquela combinação de estranhos pedaços<br />

somáticos costura<strong>dos</strong> a partir de uma comunidade<br />

de cadáveres) busca seu autor para exigir sua raison d’être<br />

— e para servir de testemunha ao fato de que ele poderia<br />

ter sido construído como um Outro. Godzilla esmagou<br />

Tóquio; Girard liberta-o, aqui, para fragmentar<br />

a delicada matriz <strong>dos</strong> sistemas relacionais que unem<br />

todo corpo privado ao mundo público.<br />

TESE V:<br />

O MONSTRO POLICIA<br />

AS FRONTEIRAS DO POSSÍVEL<br />

O monstro resiste à sua captura nas redes epistemológicas<br />

do erudito, mas ele é algo mais do que um

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