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Pedagogia dos monstros - Apresentação

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144<br />

Tirando proveito das genealogias pós-foucaultianas<br />

da subjetividade, mas também das teorias estruturalistas<br />

pré-foucaultianas da formação do sujeito,<br />

Donald rejeita a perspectiva que vê os conceitos de<br />

subjetividade e comunidade como fontes isoladas de<br />

resistência ética e política ao governo. Subjetividade e<br />

comunidade são, demasiadamente, produtos das tecnologias<br />

e objetivos do governo para ocupar esta confortável<br />

posição, isto é, para serem vistas como estando<br />

situadas fora do contaminado domínio do poder:<br />

(...) as estratégias governamentais das democracias<br />

liberais pós-iluministas agem através da liberdade e<br />

das aspirações <strong>dos</strong> indivíduos. Antes que silenciar<br />

ou constranger seus desejos e capacidades de autogoverno,<br />

as tecnologias do eu tentam sintonizá-las<br />

com os objetivos políticos (p. 142).<br />

Esta jogada permite que Donald desenvolva uma<br />

análise que se mostra cética relativamente a uma gama<br />

de projetos liberais, comunitaristas e populistas. Os<br />

intelectuais que são devotos da cultura popular, por<br />

exemplo, são adverti<strong>dos</strong> de que o “povo” é, demasiadamente,<br />

uma criatura da escolarização estatal <strong>dos</strong> meios<br />

pedagógicos de massa para constituir um espaço puro<br />

de resistência política (p. 116-21). De forma similar, os<br />

advoga<strong>dos</strong> da educação progressista centrada na criança<br />

são lembra<strong>dos</strong> de que sua pedagogia é, ela própria,<br />

ambivalentemente governamental em demasia para agir<br />

como uma alternativa puramente expressiva à educação<br />

profissionalizante e “instrumental” (p. 156-61).<br />

Ao mesmo tempo, em um gesto teórico compensatório,<br />

como um meio de proteger a política e a ética de

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