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Pedagogia dos monstros - Apresentação

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4 “O gigante é representado através do movimento, através<br />

do ser no tempo. São as atividades do gigante, suas<br />

legendárias ações que deixam um rastro observável. Em<br />

contraste com o universo morto e perfeito da miniatura, o<br />

gigantesco representa a ordem e a desordem das forças<br />

históricas” (STEWART, 1984, p. 86).<br />

5 Sobre a palavra “limiaridade”, ver nota 9 do próximo capítulo<br />

(N. do T.).<br />

6 Garber escreve, com algum detalhe, sobre a “crise de categorias”,<br />

que ela define como “uma falha no processo de<br />

definição, uma linha de fronteira que se torna permeável,<br />

que permite cruzamentos de fronteira de uma categoria<br />

(aparentemente distinta) para outra: negro/branco, judeu/<br />

cristão, nobre/burguês, senhor/escravo... [Aquele que cruza<br />

a fronteira, como o travesti] sempre funcionará como um<br />

mecanismo de sobredeterminação — um mecanismo de deslocamento<br />

de uma fronteira borrada para outra. Uma analogia,<br />

aqui, poderia ser o assim chamado gene “rotulado” que<br />

aparece em uma cadeia genética, indicando a presença de alguma<br />

condição que, se não fora isso, permaneceria oculta.<br />

Não é o gene em si, mas sua presença, que marca o ponto<br />

problemático, indicando a probabilidade de uma crise em<br />

algum lugar, em algum outro lugar” (p. 16-17). Observe,<br />

entretanto, que enquanto Garber insiste que o travesti deve<br />

ser lido com e não através, o monstro pode ser lido apenas<br />

através — pois o monstro, pura cultura, em si, não é nada.<br />

7 Esses são os <strong>monstros</strong> antigos primeiramente registra<strong>dos</strong> pelos<br />

escritores gregos Ktesias e Megasthenes, incluindo imaginações<br />

fantásticas tais como os pigmeus, os sciapods (homens<br />

com um grande pé com o qual podem pular a uma incrível<br />

velocidade ou que podem erguê-lo sobre seus corpos em<br />

descanso como uma espécie de guarda-chuva), os blemmyae<br />

(“homens cujas cabeças/ Crescem sob seus ombros”, nas<br />

palavras de Otelo), e os cynocephali, ferozes homens com cabeça<br />

de cachorro, que, ademais, são antropófagos.

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