Pedagogia dos monstros - Apresentação
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Weaver, destrua completamente o alienígena ambíguo<br />
que a persegue: sua monstruosa progênie retorna,<br />
pronta para perseguir outra vez, maior-do-que-nunca,<br />
no filme seguinte da série. Nenhum monstro prova<br />
a morte mais do que uma vez. A ansiedade que se<br />
condensa como vapor verde, adquirindo a forma de<br />
vampiro, pode ser temporariamente dispersada, mas<br />
o regressante — por definição — regressa. E, assim, o<br />
corpo do monstro é, ao mesmo tempo, corpóreo e<br />
incorpóreo; sua ameaça é sua propensão a mudar.<br />
Cada vez que o túmulo se abre e o inquieto adormecido<br />
põe-se em marcha (“vem <strong>dos</strong> mortos,/ Vem<br />
de volta para anunciar a to<strong>dos</strong> vocês”), a mensagem<br />
proclamada é transformada pelo ar que dá ao seu locutor<br />
uma nova vida. Os <strong>monstros</strong> devem ser analisa<strong>dos</strong><br />
no interior da intrincada matriz de relações (sociais,<br />
culturais e lítero-históricas) que os geram. Ao falar do<br />
novo tipo de vampiro inventado por Bram Stoker, podemos<br />
explorar a sexualidade transgressiva mas irresistível<br />
do estrangeiro conde como sutilmente atraente<br />
para Jonathan Harker da mesma forma que Henry<br />
Irving, o mentor de Stoker, o era para Stoker. 2 Ou<br />
podemos analisar a apropriação autodepreciativa que<br />
Murnau faz do mesmo demônio em Nosferatu, no qual,<br />
diante do nascente fascismo, os elementos subterrâneos<br />
do desejo sobem à superfície por meio da praga<br />
e da degradação corporal. Anne Rice deu ao mito uma<br />
reescrita moderna, na qual a homossexualidade e o<br />
vampirismo foram reuni<strong>dos</strong> de forma apoteótica; o<br />
fato de que ela criou, nesse processo, um fenômeno<br />
de cultura pop não é algo sem importância, especialmente<br />
em uma época na qual o gênero, visto como<br />
um constructo, tem sido questionado em quase todo