Pedagogia dos monstros - Apresentação
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política acesso àquele espaço intelectual único e privilegiado<br />
— a consciência — no qual o governo poderia<br />
se tornar transparente e elástico ao “sujeito”.<br />
Aqueles que pensam que o caráter disperso do poder<br />
governamental implica uma “multiplicação <strong>dos</strong> locais de<br />
luta” não entenderam o argumento. A dependência do<br />
governo relativamente a instrumentos intelectuais e políticos<br />
peculiares a seus vários objetivos significam que<br />
não existe nada em geral contra o qual lutar e nenhum<br />
ponto a partir do qual a multiplicidade de lugares possa<br />
ser, ela própria, constituída como a arena de luta.<br />
Antes, esta multiplicidade e dispersão significam que<br />
não existe nenhuma arena desse tipo. Isto não significa<br />
dizer, naturalmente, que a participação no governo<br />
e sua crítica sejam impossíveis. Pelo contrário, significa<br />
afirmar que as formas de participação e crítica são<br />
bem mais numerosas e diversas — mas também bem<br />
mais mundanas e menos previzíveis — do que o ethos<br />
oposicionista supramundano da crítica cultural pode<br />
admitir. Longe de ser um apelo à aquiescência política,<br />
este é um convite para expandir e pluralizar as formas<br />
do envolvimento político e cívico, reconhecendo, ao<br />
mesmo tempo, que esse envolvimento depende sempre<br />
da posse de tipos particulares de expertise e status.<br />
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