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Pedagogia dos monstros - Apresentação

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uma completa determinação pelo estado, o conceito de<br />

sujeito — embora despido de sua fundação metafísica<br />

na consciência — é mantido. Donald qualifica, assim,<br />

as genealogias pós-foucaultianas da subjetividade que,<br />

em sua visão, transformam o eu em um efeito embutido<br />

da programação governamental. Assim, refletindo<br />

sobre seus próprios comentários sobre o papel <strong>dos</strong> sistemas<br />

educacionais na formação normativa <strong>dos</strong> indivíduos<br />

e das populações, Donald acrescenta:<br />

Isto não significa que suponho que o desdobramento<br />

de normas no interior de aparatos como a educação<br />

seja suficiente para assegurar que elas realmente<br />

figurarão no âmago de nosso ser interior, ou que a<br />

visibilidade do sujeito relativamente ao poder panóptico<br />

garanta que a identidade atribuída é a identidade<br />

experienciada. Pelo contrário, as táticas de<br />

reinterpretação, resistência, rejeição e sobreinvestimento<br />

<strong>dos</strong> alunos sugerem que o desdobramento<br />

de normas sociais e simbólicas estruturam seu campo<br />

de ação, mas também, ao mesmo tempo, que<br />

elas não são simplesmente internalizadas (p. 47).<br />

Deste modo, Donald mantém o sujeito, o povo e<br />

a comunidade como fontes extragovernamentais de<br />

julgamento ético e político. Eles são manti<strong>dos</strong> não<br />

como princípios transcendentais de razão e moralidade<br />

mas sob o disfarce de um complexo processo formativo.<br />

Trata-se de um processo no qual os processos<br />

sociais e governamentais desaparecem de vista — são<br />

transforma<strong>dos</strong> em um inconsciente por sua indisponibilidade<br />

para a consciência que formam — e reaparecem<br />

a um passo de distância de suas origens cívicas,<br />

na forma de desejos e me<strong>dos</strong> incontrola<strong>dos</strong>.<br />

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