Pedagogia dos monstros - Apresentação
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formalmente, traços relativamente não-media<strong>dos</strong> do<br />
impulso — agressão — que os motiva (KRISTEVA,<br />
1985, p. 44). Mas o aspecto aterrorizante deste nódulo<br />
terror/sedução é logo domesticado no cinema<br />
popular; resta apenas a catarse regulatória — “em<br />
medíocres chanchadas... a fim de permanecer na faixa<br />
do gosto pequeno-burguês, o filme joga com a<br />
identificação narcisista, e o espectador se satisfaz com<br />
a sedução ‘barata’” (KRISTEVA, 1979, p. 46). De novo,<br />
reservando uma cláusula de exceção para o autenticamente<br />
vulgar e tolo, Kristeva exibe o desprezo e a<br />
condescendência pelo kitsch, que tem sido, sempre, a<br />
marca do sublime modernista. 5<br />
Em nenhum outro caso isto fica mais explícito do<br />
que em Lyotard. 6 Sua estética do sublime é uma resposta<br />
à sua visão da incomensurabilidade e da heterogeneidade<br />
radical de nosso “mundo” — aquela<br />
inapreensibilidade sobre a qual os artistas devem dar<br />
testemunho. As convenções miméticas da arte e da<br />
literatura realista não são apenas inadequadas para isso.<br />
Na medida em que elas corporificam um consenso<br />
constrangedor de gosto, elas são parte do problema.<br />
É para questionar esse consenso e essas convenções<br />
que as pinturas devem sempre colocar de forma renovada<br />
a questão “o que é a pintura?”. Mas o que constitui<br />
o irrepresentável que essa arte vanguardista do<br />
sublime supostamente representa?<br />
Isso se torna mais claro na distinção que Lyotard<br />
faz entre dois tipos de sublime modernista. No sublime<br />
da nostalgia, o irrepresentável é um conteúdo ausente<br />
— uma presença perdida, vivida pelo sujeito<br />
humano — que é apresentado sob uma forma confortadoramente<br />
familiar. Lyotard dá o exemplo literário<br />
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