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Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora

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Apresentação xi<br />

na obra machadiana, por meio da análise do conto “Teoria do Medalhão” e a partir<br />

das referências de Gilbert Durand, Edgar Morin e Clément Rosset, onde investiga<br />

a ética da ocasião como escolha estética diante do acaso da existência. Para o<br />

autor é no choque entre o universo concreto – destituído de inteligência, instinto,<br />

vontade, razão, sentido, etc. – e o homem – constituído de todas essas<br />

faculdades – que o imaginário se engendra ao espaço humano, possibilitando<br />

o desenvolvimento da cultura como uma espécie de consciência comum, da sociedade<br />

ou de grupos. Ao permitir-nos, via asas filosóficas, a apreensão de suas<br />

incursões literárias, o autor nos coloca diante dos grandes desafios da própria existência<br />

e de como o reconhecimento do imaginário trágico, próprio aos universos<br />

por nós aqui estudados constitui, ou não, caminhos contemporâneos para a compreensão<br />

e recriação das culturas, da educação e da vida.<br />

João de Deus, ao fechar este nosso círculo de reflexões, complexifica o conceito<br />

de museus quando retoma a questão da temporalidade anunciada no início<br />

desta obra por Beatriz Fétizon. João de Deus nos incita a uma incursão, ainda<br />

que breve, pelos meandros do tempo através do entrelaçamento entre passado,<br />

presente e futuro. Para esse autor-arte-educador da Universidade Federal de São<br />

Luiz do Maranhão, não há como falar em museus e educação sem nos referirmos<br />

à temporalidade, na medida em que o museu nada mais é que a tentativa<br />

humana de coagulação do tempo. O sonho humano de parar ou aprisionar o<br />

tempo está materializado nos museus. Na condição de educador, João de Deus<br />

os apresenta como um lugar de educação não formal, sem contudo perder de<br />

vista as enormes possibilidades que os museus oferecem como parceiros complementares<br />

da educação escolar. Em seu devaneio, esse autor ainda nos fala do<br />

museu de objetos futuros e no museu de desejos humanos. Em conversas sobre<br />

contemporaneidade e a fugacidade do tempo, seria essa mais uma mostra da saudável<br />

loucura do artista, ou apenas uma pequena antecipação de futuro?<br />

Boas e reencantantes leituras a todos!<br />

Sueli Itman<br />

UNESP, Araraquara, dezembro de 2010

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