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Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora

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<strong>Educação</strong> e diversidade 139<br />

“é o nível afetivo, ou afetual, de estruturação do grupo ou o pólo fantasmáticoimaginal<br />

das interações grupais, regido, portanto, pelo dispositivo inconsciente<br />

em suas caracterizações analíticas e neuropsicofisiológicas, pelas funções<br />

conscienciais emanadas do onirismo coletivo...” (p. 123).<br />

Para esse autor, a descrição e o inventário da paisagem cultural do grupo deve<br />

ser, numa primeira etapa, fenomenológica, por meio de um mapeamento da cultura<br />

patente (ideário, ideações, códigos, sistemas de ação, formações discursivas,<br />

modos de pensar e agir) e, numa segunda etapa, analítica, pelo mapeamento da<br />

cultura latente (imaginário, fantasmatizações, vivências, vínculos afetuais, modos<br />

de sentir).<br />

Entendendo a mediação simbólica como circuito entre os polos patente e latente,<br />

o autor mostra que dessa relação surge uma cultura emergente que se manifesta<br />

nos “transdutores híbridos”: as ideo-lógicas, as mito-lógicas, as axio-lógicas, as<br />

rito-lógicas, as imagens-desejos, as sensibilidades, os resíduos, as derivações.<br />

Pois bem, uma das heurísticas propostas por Paula Carvalho para apreensão<br />

do imaginário é o Teste Arquetípico de Nove Elementos – AT-9 – criado por Yves<br />

Durand (1987: 91) a partir do pressuposto de que seria possível encontrar a ordem<br />

estrutural do imaginário proposta por G. Durand em fatos relevantes da<br />

criatividade imaginária no homem comum.<br />

O AT-9 é um instrumento de sociodiagnóstico que permite mapear a cultura<br />

dos grupos. Compõe-se de uma parte desenhada (o desenho), de uma parte<br />

escrita (o discurso), de um quadro-síntese e de um pequeno questionário.<br />

O desenho e o discurso (narrativa) se constroem estimulados por nove palavras-chave,<br />

ou seja, nove estímulos arquetípicos: personagem, queda, espada,<br />

refúgio, monstro, elemento cíclico, água, animal e fogo. Têm por característica<br />

comum a universalidade que é dada pelos esquemas substantificados nos arquétipos.<br />

Funcionam como estímulo para que aflore o problema da angústia do tempo<br />

e da morte, bem como os meios encontrados pelo sujeito para resolvê-los.<br />

Assim, o personagem é o elemento de dramatização que vai encarnar, geralmente,<br />

o herói – objeto de projeção ou de identificação do sujeito – a partir do<br />

qual será estruturado o relato. A queda e o monstro devorante são os elementos<br />

que permitem colocar o problema da angústia do tempo e da morte. A espada,<br />

o refúgio e o elemento cíclico funcionam como motivadores das estruturações,<br />

correspondendo a espada ao universo heróico, o refúgio ao místico e o elemento<br />

cíclico ao sintético. A água, o animal e o fogo são elementos complementares que<br />

podem auxiliar o personagem ou opor-se a ele.

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