Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora
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<strong>Imaginário</strong> e organizações educativas 37<br />
Já a transversalidade é noção fundamental elaborada por Guattari (1974),<br />
pois ajudará na liberação do desejo, não deixando que as condições internas contraditórias<br />
sejam recusadas.<br />
O analisador revelará o que ocorre na organização, desvendando o discurso<br />
da instituição (o sistema ideológico institucional).<br />
A análise institucional consiste em encontrar o eixo central em toda situação<br />
da prática social, desmascarando o efeito periférico do Estado. Para encontrarmos<br />
esse eixo central será necessário mudar o olhar, dando importância ao que antes<br />
pareceria insignificante.<br />
Os problemas pedagógicos, muitas vezes, estão envoltos numa trama burocrática,<br />
e as redes de leitura da dinâmica sociocultural estão emaranhadas pelos<br />
mesmos paradigmas, querendo solucionar o que, talvez, nem sequer exista! Daí a<br />
necessidade do olhar e do ouvir perspicaz e sensível por parte dos educadores e<br />
de todos os envolvidos com a educação.<br />
Quando pensamos na problemática pedagógica observamos grande repetição<br />
quanto àquilo que fica obscurecido pelo discurso, de forma que sempre reaparece<br />
e nunca é resolvido, pois não se leva em consideração a dimensão simbólica<br />
e, concomitantemente, a função organizacional do imaginário. Tudo isso revelanos<br />
que, de fato, os problemas são mal colocados e que a organização escolar está<br />
sendo regida pela organização entrópica e homogeneizante do paradigma clássico.<br />
A cultura é entendida tão-somente como cultura organizacional, vedando o<br />
acesso à consciência do universo simbólico.<br />
Para entendermos melhor todas essas relações é necessária a articulação das<br />
circunstâncias histórico-estruturais e paradigmáticas de instalação do iconoclasmo<br />
no paradigma clássico.<br />
Duborgel (1992) mostrará que o iconoclasmo define-se pela representação,<br />
domesticação, extinção da imaginação simbólica em prol do pensamento direto<br />
(do conceito). Há, por fim, uma pedagogia iconoclasta nas instituições que se pauta<br />
no modelo entrópico de organização.<br />
Tudo isso gerará, segundo Paula Carvalho (1989), uma ampliação assustadora<br />
da racionalidade técnica e seus traços: produtivismo, eficiência, ofelimidade,<br />
progresso.<br />
Para que a racionalidade técnica seja definida é preciso amplo conceito de<br />
regras que, posteriormente, visará obter o controle de qualquer intervenção.