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Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora

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O desafio de juntar letras, rever e aprofundar conhecimentos... 201<br />

alterar criticamente o predisposto no tempo e no espaço. O velho não deve apenas<br />

se adequar, mas também, sempre que suas condições permitam, pode e deve alterar<br />

o mundo em que vive, nesta vida ampliada.<br />

Um homem menino hoje poderá chegar a ser o centenário de amanhã, mas<br />

o sistema atrelado à sociedade, que é lenta para mudar paradigmas e desfazer<br />

preconceitos e estigmas, ainda o vê como um ser que terá apenas que ser entendido<br />

e considerado na infância, adolescência e maturidade, não chegando a desenvolver<br />

critérios de ensinamentos para que ele aprenda a viver a sua velhice e<br />

a conviver intergeracionalmente, dentro de sua própria casa, família, comunidade<br />

e sociedade. Essa atitude condicionaria a perda do preconceito, esmaeceria<br />

o estigma e enfraqueceria os estereótipos sociais, quando não os extirparia totalmente,<br />

quanto ao ser velho.<br />

“As instituições não estão preparadas para mediar o desenvolvimento (...).<br />

As conquistas nas áreas biomédicas redimensionaram a expectativa de vida,<br />

mas os recursos sociais sobre os sujeitos e as instituições não se ajustaram na<br />

perspectiva do ser humano longevo. Nem ao menos as escolas (...) estão<br />

inclinadas a atender às novas exigências para a gestão educacional justa para<br />

com todas as idades” (Both, 2001: 9-10).<br />

O ser humano aprende desde que nasce até que morre, e pode ainda ensinar.<br />

Nessa assim estendida formação, os métodos serão revistos, os currículos refeitos<br />

e o “paidos” deverá se completar ou alterar com o prefixo “geronto”, quer<br />

dizer, pedagogia para crianças e adolescentes, andragogia para adultos, mas uma<br />

gerontogogia precisa ser criada, desenvolvida, cultivada e utilizada com idosos,<br />

tanto em “desenvolvimento tardio”, aqueles que não tiveram chance no momento<br />

previsto pela sociedade, mais especificamente pelo sistema da educação, mas também<br />

para, ou com, aqueles que estão ávidos em ainda aprender, se atualizar e<br />

aprofundar seus talvez desusados ou fora de moda conhecimentos, habilidades e<br />

destrezas; destreza que agora, na velhice, precisa ser de outra forma, com outro<br />

ritmo, pois a degenerescência física é uma realidade enquanto um cérebro ativo<br />

ainda pulsa a exigir renovação e consequentes novas aprendizagens.<br />

A autoestima emergirá em sujeitos idosos que entendam sua identidade e<br />

autoconceito refeito ou reforçado por ações educativas precisas na medida do entendimento<br />

das características do processo de envelhecimento. Todo o processo<br />

de ensino aprendizagem exige dose grande de aprofundados estudos e pesquisas<br />

tanto na renovação e adequação de métodos como no entendimento do ser que<br />

se quer educado, partícipe da ação e pensamento de tal processo. A complexidade<br />

permeia o processo, tanto do envelhecimento quanto do ensino-aprendizagem,<br />

que se constituem de forma dinâmica; aquele no decurso da vida e esse de forma

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