Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora
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36 <strong>Culturas</strong> <strong>Contemporâneas</strong>, <strong>Imaginário</strong> e <strong>Educação</strong>: Reflexões e Relatos de Pesquisa<br />
veis jogos de linguagem, as formas de mediação simbólica, exatamente porque<br />
determinadas, não podem, de modo algum, ser absolutizadas, persistindo,<br />
portanto, parciais.<br />
Sahlins (2003), em oposição crítica à cultura como razão prática, propõe que<br />
a cultura seja observada pela razão simbólica, porque afirma que o homem se caracteriza<br />
por viver segundo um esquema simbólico e não simplesmente viver num<br />
mundo material. O homem organiza sua vida acionando sistemas de conceitos que<br />
irão ajudá-lo a definir sua ação. A linguagem é o universo das mediações simbólicas<br />
que irá filtrar a práxis.<br />
Paula Carvalho (1998: 30) nos remete a Godelier, ao evidenciar que:<br />
“(...) há quatro funções do pensamento e das realidades que o pensamento<br />
‘produz’: F1 – apresentar ao pensamento qualquer ‘realidade’, inclusive o<br />
pensamento; F2 – interpretar o que está presente ou definir sua natureza,<br />
ordem e funcionamento; F3 – organizar, em conseqüência da interpretação,<br />
as relações dos homens entre si e com a natureza; F4 – legitimar, ou não, a<br />
ordem social e/ou cósmica existente”.<br />
Tanto o mundo é construção da função simbólica como o sujeito que faz<br />
parte desse mundo se torna instaurador da realidade.<br />
Godelier (1981) mostra que as realidades consideradas ideais devem ser acatadas<br />
como realidades linguísticas, como fatos que são indissociáveis da língua e<br />
do pensamento. O interesse prático dos homens produz a lógica material, e esse<br />
interesse prático é constituído simbolicamente. A lógica material e a lógica cultural<br />
estão intimamente relacionadas, pois as finalidades da produção surgem no<br />
domínio cultural. Desta forma, toda relação social nasce e existe no pensamento<br />
e fora dele.<br />
O projeto imaginário possui algumas categorias que podemos evidenciar:<br />
simbolização institucional, autogestão, transversalidade, analisador, discurso da<br />
instituição, leis da análise institucional.<br />
A simbolização institucional ocorre em toda instituição (micro ou macro) e<br />
refere-se à reprodução do conjunto do sistema institucional. Esse sistema está preso<br />
a um imaginário social.<br />
Com relação à autogestão percebemos que esta facilitará condutas instituintes<br />
autênticas e que as decisões coletivas de organização começam com a cultura dos<br />
grupos; mais necessariamente no inconsciente dos indivíduos.