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Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora

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O imaginário sobre o negro no espaço escolar 119<br />

Londrina (SME). A experiência que passo a descrever ocorre no contexto do projeto<br />

do qual participei junto ao LEAFRO2 – Laboratório de Cultura e Estudos<br />

Afro-Brasileiros: diálogos para o reconhecimento e a valorização da história e cultura<br />

afro-brasileira no Paraná (Londrina e Jacarezinho) – financiado pela SETI –<br />

Programa Universidade sem Fronteiras.<br />

Desse modo, o objetivo deste relato de experiência é o de socializar como<br />

conseguimos dar alguns passos na inversão da relação de negatividade perante a<br />

população negra e os saberes ancestrais de base africana, socialmente desvalorizados<br />

na escola, levando para o espaço escolar os referenciais epistemológicos e existenciais<br />

desses saberes, atentando à dimensão do ensinar e do aprender em grupos<br />

tradicionais de influência africana, assim como a sua prática educativa, ou seja, a<br />

forma como se desenvolve a relação do ensinar e do aprender nessas comunidades<br />

e seus aspectos metodológicos para que sejam valorizados e trabalhados em contextos<br />

formais de ensino-aprendizagem, contribuindo para a construção de uma<br />

pedagogia epistemologicamente afrocentrada3 para o ensino das Africanidades4 .<br />

Experiências de Transformação e Superação do<br />

Etnocentrismo no Espaço Escolar<br />

Como metodologia, o projeto LEAFRO articulou o ensino, a pesquisa e a<br />

extensão de forma integrada, realizando a formação dos graduandos(as) e recémformados(as)<br />

em Ciências Sociais, tanto por meio de um grupo de estudos e pesquisas<br />

como por meio da elaboração e realização de oficinas, palestras e minicursos<br />

2. Projeto criado e coordenado pela Profª Drª Maria Nilza da Silva, docente do Departamento de<br />

Ciências Sociais da UEL e ex-diretora do NEAA – UEL. Esse projeto de extensão foi financiado<br />

pela SETI/PR – Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná, que possibilitou a<br />

bolsa aos recém-formados(as), aos graduandos(as) e aos professores (as) e coordenadores(as) do<br />

projeto.<br />

3. Molefi Kete Asante, professor da Universidade de Temple, Filadélfia, sistematizou teoricamente<br />

o conceito de afrocentricidade que consiste em um paradigma, um epistema, que parte da localização,<br />

a posição central que as experiências, perspectivas e referenciais epistêmicos africanos assumem<br />

no desenvolvimento de qualquer atividade. Em outras palavras, o que é decisivo se encontra na tomada<br />

da cultura e história africana como referencial de todas as atividades. (Santos, 2010: 2-3)<br />

4. Ao dizer africanidades brasileiras estamos nos referindo às raízes da cultura brasileira que têm origem<br />

africana. Dizendo de outra forma, estamos, de um lado, nos referindo aos modos de ser, de viver,<br />

de organizar suas lutas, próprios dos negros brasileiros, e de outro lado, às marcas da cultura<br />

africana que, independentemente da origem étnica de cada brasileiro, fazem parte do seu dia-a-dia<br />

(Silva, 2005: 155).

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