15.05.2013 Views

Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora

Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora

Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

28 <strong>Culturas</strong> <strong>Contemporâneas</strong>, <strong>Imaginário</strong> e <strong>Educação</strong>: Reflexões e Relatos de Pesquisa<br />

dos aqueles que se caracterizam como sendo sujeitos educativos. Não se pode mais,<br />

dadas as características da vida contemporânea, pensar em relações humanas no<br />

seio da escola apartadas de explicações substantivas que podem ter um caráter<br />

compreensivo-explicativo que atendam às experiências humanas atuais.<br />

Pensamos que os conceitos em questão sejam apropriados para o que se<br />

deseja: mostrar as características operacionais do conceito de cultura em Morin<br />

e Maffesoli, evidenciando-se a propriedade desses entendimentos para serem<br />

(re)pensados e assimilados, sobretudo, por professores e gestores escolares. Não<br />

se trata, no entanto, de abandonar ou desconsiderar as questões ou as visões paradigmáticas<br />

propostas, defendidas e trabalhadas pela Modernidade, mas de pensar,<br />

como já explicitamos em Paula Carvalho (1991), que os elementos instituintes<br />

presentes na sociedade demonstram a necessidade de transformação radical na<br />

concepção do tempo, fator de suma importância para o entendimento de uma época;<br />

vivencia-se um presenteísmo em detrimento de atitudes projetivas.<br />

Evidenciam-se, ainda, a necessidade de uma liberdade de busca que remeta<br />

os indivíduos a uma pluralidade da vida social, cujo sentido seja o mais ampliado<br />

possível, incorporando-se o imaginário, as paixões, o lúdico, enfim, atitudes<br />

e inter-relações assumidas pelos sujeitos envolvidos no processo educativo a partir<br />

de um “concreto extremado”, e o entendimento da concepção de que o vínculo<br />

grupal se manifesta no “prazer de estar-junto-com” que Maffesoli denomina<br />

socialidade, as interações de fato, sem as normas da socialização, entendida aqui<br />

como normatização e processo de transmissão de padrões.<br />

Há de se preconizar e valorizar não somente um conceito ampliado de educação,<br />

orienta-nos Paula Carvalho (1991), assumindo-se um “teor educativo pervagante”,<br />

ou seja, que transpasse pelas práticas simbólicas de modo que essas<br />

organizem processos simbólico-organizacionais cujo teor educativo não se reduza<br />

meramente à instrução, ao ensino ou à já apresentada concepção “praxeológica da<br />

educação”, privilegiando-se a pluralidade e a complementaridade necessárias às dinâmicas<br />

educativas, possíveis a partir da abordagem antropológica e com-preensiva,<br />

mas também que o entendimento do cotidiano escolar como pluralidades culturais<br />

e sociais que nos remetem às subjetividades e aos sentidos que os grupos sociais atribuem<br />

aos fatos circundantes, às multiplicidades identitárias, fatores essenciais para<br />

uma postura relativista aos envolvidos no processo educativo, em especial professores<br />

e gestores.<br />

Vale também mencionar que a postura relativista a que nos referimos se relaciona,<br />

segundo Itman Monteiro (op. cit.), “(...) a uma ciência reencantada e a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!