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Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora

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Ou ainda:<br />

Museus e educação 243<br />

“Para o desenvolvimento da humanidade, também foram fundamentais a<br />

escrita, a organização de bibliotecas e, seguindo nesse caminho até chegar<br />

ao computador, a criação dos mais variados tipos de suporte da memória<br />

social, porque estes instrumentos ampliaram a capacidade e aceleraram o<br />

processo de aprendizagem social” (idem).<br />

E conclui esse autor que a construção da memória social é decisiva para a<br />

formação de identidades coletivas.<br />

Portanto, o museu há de ser um lugar que proporcione a construção ou<br />

perpetuação/sedimentação dessa memória social, reelaborada ou relida a cada<br />

momento histórico, mas com a finalidade de ajudar a construir a identidade coletiva.<br />

E isso é um dos interesses da educação. Tomando-se o cuidado de que<br />

essa memória, sendo nacional, respeite a pluralidade, uma vez que “o mesmo<br />

objeto patrimonial pode constituir-se em uma referência de diferentes identidades”<br />

(idem: 171).<br />

Por exemplo, São Luís é referência para os ludovicenses, maranhenses, brasileiros<br />

e é patrimônio mundial da humanidade.<br />

O autor nos lembra ainda que “o patrimônio edificado possibilita um contato<br />

coletivo da multidão anônima das cidades com referências da memória social”<br />

(idem: 172). E é esse caráter público que favorece tendências à socialização,<br />

pois possibilita a apreensão do sentido de história por todos (idem).<br />

Posso dizer que o acervo de um museu também se presta a isso.<br />

Para concluir este trabalho gostaria de inserir uma crônica9 que publiquei<br />

dezoito anos atrás, a qual realiza uma especulação sobre um museu absolutamente<br />

imaginário. Talvez mesmo um museu de devaneios. Em que medida a educação<br />

escolar não necessita de um museu (ou museus) como o que descrevo a seguir, para<br />

que se consiga atingir uma educação formal mais afinada com os gestos da humanidade,<br />

levando o educando a perceber a grandiosidade e mesquinharia de<br />

determinados gestos humanos?<br />

Vejamos o texto, integralmente:<br />

“Quem nunca se traiu pelas palavras? Ou por um gesto?<br />

Imagino um museu diferente: de gestos. Um outro mais estranho ainda:<br />

9. Trata-se de “Museu de Gestos”, crônica que publique no jornal O Imparcial, de São Luís<br />

do Maranhão, no dia 28 de julho de 1992.

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