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Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora

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118 <strong>Culturas</strong> <strong>Contemporâneas</strong>, <strong>Imaginário</strong> e <strong>Educação</strong>: Reflexões e Relatos de Pesquisa<br />

aqueles que não compartilham desses referenciais à categoria de “não-humano”,<br />

descaracterizado-os e marginalizando-os.<br />

Com relação ao campo educacional e a sua dimensão didático-pedagógica<br />

não é diferente. O etnocentrismo se apresenta desde as escolhas de conteúdos e<br />

currículos até as metodologias de ensino, passando por modelos de políticas educacionais<br />

que a muito distam da realidade cotidiana das nossas salas de aulas, do<br />

universo sociocultural e simbólico dos nossos educandos.<br />

Entendo estereótipo como modelo padronizado que baliza imagens, comportamentos<br />

e ações que emergem quase como se fossem naturais, eliminando as<br />

características individuais e as diferenças:<br />

“O estereótipo é a prática do preconceito. É a sua manifestação comportamental.<br />

O estereótipo objetiva (1) justificar uma suposta inferioridade; (2) justificar a<br />

manutenção do status quo; e (3) legitimar, aceitar e justificar: a dependência, a<br />

subordinação e a desigualdade” (Sant’Ana, 2005: 65).<br />

Já o preconceito é um conceito previamente estabelecido, ele emerge a partir<br />

de uma imaginário coletivo, negativizado contra algo ou alguém, que se dissemina<br />

por toda a sociedade e se ancora em um paradigma que se localiza em<br />

um espaço-tempo específico e que é partilhado por determinado grupo ou comunidade<br />

científica, refletindo-se no ideário e em todos os espaços sociais de<br />

determinada sociedade, incluindo a escola.<br />

“Ele pode ser definido, também, como uma indisposição, um julgamento<br />

prévio, negativo, que se faz de pessoas estigmatizadas por estereótipos”<br />

(Sant’Ana, 2005: 62).<br />

Nesse contexto, o objetivo deste relato de experiências é compartilhar o<br />

aprendizado obtido por ocasião de minha atuação no campo educacional na cidade<br />

de Londrina, PR, onde trabalhei em sucessivos projetos ligados à superação<br />

do etnocentrismo e do racismo, através da implementação da Lei 10.639/<br />

03, que instituiu o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana em todas<br />

as escolas públicas e particulares do país.<br />

Dentre esses projetos, cito a colaboração com o NEAA (Núcleo de Estudos<br />

Afro-Asiáticos) da Universidade Estadual de Londrina (em sucessivas gestões), do<br />

qual participei enquanto professora contratada do Departamento de <strong>Educação</strong> da<br />

Universidade Estadual de Londrina. Cito, também, a participação no UNIAFRO<br />

(MEC/SESu/SECAD), realizado em parceria com o Núcleo Regional de Ensino<br />

(NRE) do governo estadual do Paraná e a Secretaria Municipal de <strong>Educação</strong> de

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