Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora
Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora
Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Subjetividade e educação 29<br />
uma ação educacional re-humanizada, situadas num novo epistema e, por isso<br />
mesmo, de infinitas possibilidades, em que nada está definido e tudo está por ser<br />
construído”.<br />
Acreditamos que o entendimento dos sujeitos educativos pautados em um<br />
processo dialógico, estabelecendo novos parâmetros educacionais e lhes valorizando<br />
as questões ontológicas, traduzam o ponto máximo da fertilidade do arcabouço<br />
teórico e metodológico dessas reflexões para a educação, em especial a escolar.<br />
Contudo, não tratamos aqui de uma explanação a ser prescrita ou concepção de<br />
uma receita. Ao contrário, como o próprio Morin (2003) nos afirma, devemos,<br />
sim, entender e considerar as ideias aqui discutidas como desafios a serem transpostos<br />
e como “motivações para pensar”; “motivações para pensar” com o Paradigma<br />
da Complexidade, que pode ser entendido como um novo olhar para a<br />
simplificação, ou ainda há de se conceber “(...) a complexidade como o inimigo<br />
da ordem e da clareza, e nessas condições a complexidade aparece como uma procura<br />
viciosa da obscuridade”.<br />
Defendemos, ainda, o entendimento de um cotidiano escolar no qual<br />
convivam diferentes pessoas e grupos sociais estabelecidos em diferentes valores,<br />
crenças e, portanto, recorrendo à Silveira Porto (op. cit.), um lócus no<br />
qual conflitos e divergências podem eclodir em todos os momentos, que por<br />
si só conota a importância do desenvolvimento de uma cultura de sensibilidades,<br />
do “olhar antropológico” e da pedagogia da escuta recriando valores<br />
primordiais, retomando-os através da (re)circulação dos saberes universais e<br />
ontológicos às microculturas dadas, inserindo-nos no cotidiano escolar, como<br />
bem definiu Itman Monteiro (op. cit.), “(...) com a esperança da constituição<br />
de uma escola capaz de acolher as subjetividades éticas e estéticas contemporâneas<br />
(...)”.<br />
Novamente recorrendo a Silveira Porto, temos, então, a importância de considerar<br />
todas as manifestações presentes no cotidiano escolar, entendendo que a<br />
função dos grupos é a de organizar o comportamento e educar; educar, nesse contexto,<br />
entendido como um ato para além de instruir, estando verdadeiramente<br />
presente na “concepção fática” de educação, ou, segundo Maffesoli (1984), um<br />
olhar para os diferentes modos de captar as novas dimensões dos contatos sociais<br />
nos microgrupos ou “tribos”, o que constitui uma das formas de ver o fenômeno<br />
educacional. Reflexões e vivências em campos escolares que nos permitem (re)evidenciar<br />
as necessárias estruturas relacionais de um fazer pedagógico.