Culturas Contemporâneas, Imaginário e Educação ... - Rima Editora
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242 <strong>Culturas</strong> <strong>Contemporâneas</strong>, <strong>Imaginário</strong> e <strong>Educação</strong>: Reflexões e Relatos de Pesquisa<br />
encontro, espaço de debate, um lugar em que as coisas se produzem e não apenas<br />
o já produzido e já comunicado”, como nos lembra a pesquisadora Magali<br />
Abreu8 . Portanto, uma das importantes características do museu como espaço<br />
educativo está justamente em sua possibilidade de uso como locus de socialização<br />
e de socialidade. Lugar em que as pessoas se encontram não apenas para realizar<br />
visitas burocráticas, mas lugar de descoberta e, sobretudo, de autodescoberta, visto<br />
que hoje já não é mais possível uma educação que proporcione apenas o conhecimento,<br />
mas também o autoconhecimento.<br />
Não podemos nos esquecer de que um museu (e refiro-me especialmente aos<br />
museus históricos e artísticos) é um guardião da produção cultural, em especial,<br />
da cultura material de um povo. Portanto, lugar que proporciona ao ser um encontro<br />
com a história humana, com o passado coletivo e também com as raízes<br />
de uma identidade nacional, por consequência com uma identidade individual.<br />
Um museu há de ser um espaço em que nos encontremos conosco mesmos,<br />
com um passado e com um fazer coletivos que influenciaram a contemporaneidade.<br />
A história não é produto de uma única classe ou etnia. Os museus devem possibilitar<br />
aos que os frequentam a chance de um encontro com nossas origens e raízes culturais,<br />
portanto, simbólicas – mas que reverberam ou repercutem como imagens<br />
trans-históricas e que chegam até nós com a força viva dos acontecimentos que, vindos<br />
de um passado, de certa forma ecoam até os nossos dias.<br />
Dessa forma, os museus como espaços educativos devem ser capazes de<br />
possibilitar o gosto e a apreciação da cultura material e simbólica, bem como<br />
o gosto pela sua preservação e perpetuação. O gosto e capacidade de apreciação<br />
tanto do belo quanto do repugnante, pois objetos, por mais que sejam ancorados<br />
em suportes da materialidade, carregam em si o peso da história e<br />
invocam realizações, tragédias e sentimentos ofuscados pelo próprio passar do<br />
tempo. Objetos de museus devem possibilitar a revivência do passado e seu<br />
prolongamento até nós.<br />
Vejamos o que nos diz Messentier (2005: 170) a respeito da relação memória/aprendizagem:<br />
“Como todos sabem não há aprendizagem sem memória. O processo de<br />
construção da memória social é, portanto, um elemento que contribui para<br />
o êxito de uma sociedade no equacionamento dos problemas com os quais<br />
se confronta (...).”<br />
8. Na revista eletrônica do Museu da Cidade.