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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

Durante o trabalho <strong>de</strong> campo pu<strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r a partir <strong>de</strong> observações diretas e da pesquisa em<br />

sites <strong>de</strong> relacionamento, indícios do comprometimento <strong>de</strong> muitos dos jovens enfocados na pesquisa<br />

com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cunho religioso, sobretudo sob a <strong>de</strong>nominação católica. Em algumas situações tive a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observar ensaios extras da OJU serem marcados com atenção ao horário <strong>de</strong> algumas<br />

<strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s da igreja. Soube que É<strong>de</strong>rson e Charly tocam violão e cantam em um grupo <strong>de</strong><br />

oração e, não foram raras as vezes em que me <strong>de</strong>parei com Charly pesquisando repertório <strong>de</strong> música<br />

católica na internet e tentando reproduzi-las, cantando e se acompanhando ao violão. Ao que o jovem<br />

relatou-me, seu ingresso no conservatório local (quando já era aluno do projeto) ocorreu em função <strong>de</strong><br />

seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> tocar em ocasiões religiosas. Ao perguntar-lhe se já havia tocado violino na paróquia<br />

on<strong>de</strong> freqüenta, curiosamente respon<strong>de</strong>u-me: ―só para mostrar o trabalho [da OJU], para conhecerem<br />

como era... fui eu, o É<strong>de</strong>rson, a Viviane e a Érica. E continuei: ―Foram vocês quem quiseram ir,<br />

mostrar?‖, respon<strong>de</strong>ndo-me: ―É, foi a gente que pensou em ir‖ (Diário <strong>de</strong> campo - 14/11/09, p. 202).<br />

Interessante foi que, em momento posterior ao nosso diálogo, ao acessar o Orkut do jovem, pu<strong>de</strong> notar<br />

fotografias <strong>de</strong> sua participação com o violino em uma realização musical do grupo religioso, enquanto<br />

outros jovens tocavam violão e cantavam. Quanto a É<strong>de</strong>rson, apesar <strong>de</strong> seu comprometimento com o<br />

grupo <strong>de</strong> oração, disse-me:<br />

―Eu sou católico, era coroinha, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que entrei no conservatório<br />

comecei a faltar na igreja, <strong>de</strong>pois entrei na Camargo 53 , aí é que saí <strong>de</strong> vez!<br />

Esse ano eu e o Charly fomos só uma vez na festa [da igreja]. Eu prometi<br />

pro padre que iria ajudar a pregar cartazes da festa, do tanto que ele<br />

insistiu, mas a festa começou ontem e ninguém foi pregar[...].<br />

2.1.2.3.3 Os jovens e sua interação com recursos tecnológicos<br />

A constatação <strong>de</strong> Dayrell (2007, p. 1110) <strong>de</strong> que, no âmbito das ―culturas juvenis‖ ―ganha<br />

relevância também a ostentação dos aparelhos eletrônicos, principalmente o MP3 e o celular [...]‖ vai<br />

ao encontro do que pu<strong>de</strong> notar em relação aos jovens do projeto. Muitas foram as cenas presenciadas<br />

em que estavam ouvindo, discutindo e compartilhando músicas através dos referidos aparelhos.<br />

53 Orquestra Camargo Guarnieri, da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Uberlândia.<br />

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