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Anais I Seminário Violar - Faculdade de Educação - Unicamp

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I <strong>Seminário</strong> <strong>Violar</strong> – Problematizando as Juventu<strong>de</strong>s na Contemporaneida<strong>de</strong> –<br />

11 a 13 <strong>de</strong> Agosto 2010<br />

Esse jovem enfatiza as poucas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> diversão na cida<strong>de</strong>, referindo-se a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outras ativida<strong>de</strong>s que possibilitem ocupar o tempo livre da rotina <strong>de</strong> trabalho e<br />

das obrigações sociais. Essa restrição nas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> diversão trazida por João indica<br />

tanto a situação econômica <strong>de</strong>sses jovens que inviabiliza o acesso àquilo que a cida<strong>de</strong> oferece,<br />

quanto a ausência <strong>de</strong> políticas públicas que promovam ‗cidadania cultural, como discutem<br />

BRENNER et al.(2005).<br />

Em outra fala sobre as dificulda<strong>de</strong>s que os jovens <strong>de</strong> hoje enfrentam João retomou o problema<br />

<strong>de</strong> não ter nada para se divertir:<br />

João: Drogas, violência. [...] Drogas que eu falo é também bebida alcoólica [...] acho que muita gente bebe pra se<br />

divertir, não tem nada pra fazer, nada pra se divertir. Ai vão nas festas pra se divertir, bebem, fumam droga pra<br />

se sentir alegre, é isso. [...]<br />

Pesq.: E por que você acha que os jovens tem que beber assim, ou tem que fumar pra ficar feliz?<br />

João: Porque não... não tem com que... porque fica feliz. [...] É, não tem nada que fazer aqui nessa cida<strong>de</strong>. [...]<br />

ah, eu acho que não é o que não tem o que fazer. Porque no mundo todo é trabalhar e... só. Trabalhar e fim <strong>de</strong><br />

semana sair pra algum lugar. Mas os jovens já pensam diferente, não pensam em trabalhar, só pensam em se<br />

divertir [...]. Mas assim também, não tem nada pra se divertir. (JOÃO, 16 anos)<br />

Ao mesmo tempo em que João enfatiza a falta do que fazer para se divertir, já que a cida<strong>de</strong><br />

não oferece opções, ele também ressalta o trabalho, que ‗no mundo todo é trabalhar‘ e fim <strong>de</strong><br />

semana ir para algum lugar. Ao falar sobre os jovens que ele se refere como ‗eles‘, como se<br />

não estivesse incluído, fala da sua própria condição e das limitações que vivencia.<br />

No caso dos <strong>de</strong>mais participantes, as festas foram as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer mais <strong>de</strong>stacadas por<br />

estes, tanto nas localida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> residiam como fora <strong>de</strong>stas em alguns pontos específicos da<br />

cida<strong>de</strong>. Para aqueles que as freqüentavam, estas eram uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversão e <strong>de</strong><br />

encontro com os amigos. Antônio ao falar das festas que costumava freqüentar, falou da<br />

alegria <strong>de</strong> estar com os amigos se divertindo em grupo:<br />

Antônio: É as vezes a gente se apresenta. Abre uma roda no meio da festa e a gente começa a dançar [break]. [...]<br />

a gente se sente outra pessoa. [...] uma pessoa mais animada, mais alegre, se sente normal, se sente uma pessoa<br />

bem feliz. [...] porque ai a gente não tem nada na cabeça.<br />

Pesq.: Que tipo <strong>de</strong> coisas assim que <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> vir na cabeça?<br />

Antônio: Os problemas né.<br />

Pesq.: Os problemas somem quando vocês estão dançando?<br />

Antônio: É. Eu não, eu quando tenho festa não tenho nenhum problema, mas daí quando começa a dançar dá<br />

alguma coisa no coração, só que <strong>de</strong>ixa a gente mais alegre, mais animada, fica mais no ritmo, a gente se empolga<br />

e começa né e daí vai chamando os outros pra vim dançar, daí os outro vem e daí o cara fica mais alegre porque<br />

está dançando no grupo. (...) meus amigos que moram aqui do lado da minha casa. (ANTÔNIO, 15 anos).<br />

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